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Ex-governador Márcio França é alvo de operação da Polícia Civil em SP

Ação é derivada de investigação no interior de SP; pré-candidato ao governo paulista pelo PSB, França alega que a operação é "política"

Márcio França: o socialista é pré-candidato ao governo do estado de São Paulo em 2022 e um dos principais articuladores da chapa que teria o ex-governador Geraldo Alckmin como vice do ex-presidente Lula (Governo do Estado de São Paulo/Divulgação)

Márcio França: o socialista é pré-candidato ao governo do estado de São Paulo em 2022 e um dos principais articuladores da chapa que teria o ex-governador Geraldo Alckmin como vice do ex-presidente Lula (Governo do Estado de São Paulo/Divulgação)

AO

Agência O Globo

Publicado em 5 de janeiro de 2022 às 11h20.

Última atualização em 5 de janeiro de 2022 às 11h37.

O ex-governador Márcio França (PSB) é um dos alvos de uma operação da Polícia Civil de São Paulo na manhã desta quarta-feira que apura suspeitas de desvios de recursos da saúde.

Cerca de 34 mandados de buscas e apreensão foram cumpridos, sendo parte deles em endereços ligados a Françano, município de São Vicente, na Baixada Santista, e na Vila Mariana, na zona sul de São Paulo. O irmão do ex-governador, Cláudio França, também está entre os investigados.

Em nota, França classificou a operação como uma ação política para prejudicar sua pré-candidatura ao governo de São Paulo nas eleições.

O socialista é pré-candidato ao governo do estado de São Paulo em 2022 e um dos principais articuladores da chapa que teria o ex-governador Geraldo Alckmin como vice do ex-presidente Lula. França e Alckmin são desafetos políticos do governador João Doria, que lançou para sua sucessão o vice-governador Rodrigo Garcia.

"Não há outro nome para uma trapalhada, por falsas alegações, que determinadas 'autoridades', com 'medo de perder as eleições', tenham produzido os fatos ocorridos nesta manhã em minha casa".

Segundo a Secretaria de Segurança Pública (SSP), "as investigações tramitam sob segredo de Justiça e mais detalhes serão preservados para garantir a autonomia do trabalho policial".

A ação que hoje mira em França é uma nova fase da Operação Raio X, deflagrada em setembro de 2020, quando foram expedidos pela Justiça 64 mandados de prisão temporária e 237 mandados de busca e apreensão. A suspeita é de que uma organização criminosa desviou 500 milhões de reais dos cofres públicos. O esquema, no entanto, não se limitava ao estado de São Paulo e também tinha ramificações em outros estados como Paraná, Minas Gerais, e Pará. Lá, o governador Helder Barbalho (MDB) também foi um dos alvos de operação da Polícia Federal no ano passado.

Segundo o portal G1 que teve acesso ao relatório da investigação, contratos de gestão firmados durante o governo França teriam beneficiado uma organização criminosa investigada, chefiada por Cleudson Garcia Montali. Ele é anestesista e responsável por quatro Organizações Sociais (OS) que foram investigadas por desviar dinheiro dos hospitais.

De acordo com a apuração, França teria recebido doações financeiras de Montali para a campanha eleitoral em que Márcio França concorria ao governo de São Paulo.

"Verificou-se, ainda, que a organização criminosa também financiaria a campanha eleitoral de Márcio França à prefeitura de São Paulo no ano de 2020, fatos estes que demonstram possível envolvimento de Márcio França com a organização criminosa", diz o relatório.

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