Ex-gerente da Petrobras diz ter recebido propina desde 1997
O delator Pedro Barusco admitiu que, naquela época, recebeu propinas mensalmente em valores que variavam entre US$ 25 mil e US$ 50 mil
Da Redação
Publicado em 5 de fevereiro de 2015 às 18h35.
São Paulo - O ex-gerente Executivo de Engenharia da Petrobras , Pedro Barusco, afirmou em sua delação premiada que o esquema de propinas da estatal começou com o primeiro contrato de navio-plataforma com a holandesa SBM Offshore, em 1997, durante o governo Fernando Henrique Cardoso (PSDB).
O delator admitiu que, naquela época, recebeu propinas mensalmente em valores que variavam entre US$ 25 mil e US$ 50 mil, e que teria recebido um total de US$ 22 milhões em propinas da empresa holandesa até 2010.
Entre 1995 e 2003, Barusco, que era funcionário de carreira da estatal, ocupou o cargo de gerente de Tecnologia de Instalações, no âmbito da diretoria de Exploração e Produção.
Ele admitiu que começou a receber propina em "1997 ou 1998 por conta de dois contratos de FPSO (navios-plataforma) firmados mediante sua (de Barusco) participação técnica e fundamental, uma vez que era o coordenador da área técnica."
O ex-gerente relata que foi o responsável pelo primeiro contrato do tipo na estatal, que foi "peça fundamental" dos contratos seguintes de navios-plataforma da Petrobras, pelos quais ele também admite ter recebido propina.
"Por conta de relacionamento bastante próximo que o declarante (Barusco) desenvolveu com o representante da SBM, Julio Faerman, tanto o declarante solicitou quanto Julio ofertou o pagamento de propina, sendo uma iniciativa que surgiu de ambos os lados e se tornou sistemática a partir do segundo contrato de FPSO firmado entre a SBM e a Petrobras", relata a delação de Barusco.
Barusco explicou que os acordos eram de longa duração e que, por isso "o pagamento de propinas perdurou por longos anos" enquanto ele ocupou o cargo na Diretoria de Exploração e Produção.
Além disso, ele também admitiu ter recebido propina "por ocasião de um outro contrato firmado entre a empresa Progress, representada por Julio Faerman e a Transpetro", em "1997 ou 1998".
Ainda segundo Barusco, as propinas acertadas entre ele e Julio Faerman continuaram nos anos seguintes, quando ele já havia ocupado o cargo de gerente-executivo de Engenharia, na diretoria de Abastecimento de Paulo Roberto Costa.
Ele admitiu, por exemplo, ter recebido propina de Faerman por um contrato de 2007, já no governo Lula, da plataforma P57.
O valor total do contrato, segundo o ex-gerente, era de R$ 1,2 bi, do qual ele admitiu ter recebido 1% de propina entre 2007 e 2010.
Investigada na Holanda, a SBM Offshore, empresa de locação de navios-plataforma a petroleiras, é acusada de pagar US$ 250 milhões em propinas em todo mundo.
A empresa chegou a admitir ter pago propinas no valor de US$ 139 milhões para obtenção de contratos e informações privilegiadas da Petrobras.
O caso também está sendo investigado pelas autoridades brasileiras e a GCU apura o envolvimento de 14 funcionários da estatal no esquema.
O criminalista Antônio Sérgio de Moraes Pitombo, que defende o executivo Julio Faerman, representante da SBM Offshore, disse que não poderá se manifestar sobre a delação de Pedro Barusco porque ela está inserida em um procedimento que corre sob sigilo.
Pitombo anotou que tem o compromisso profissional de preservar o sigilo dos autos em que Barusco cita o episódio da SBM Offshore.
A reportagem entrou em contato com a assessoria do Instituto FHC e foi informada que o ex-presidente está viajando.
São Paulo - O ex-gerente Executivo de Engenharia da Petrobras , Pedro Barusco, afirmou em sua delação premiada que o esquema de propinas da estatal começou com o primeiro contrato de navio-plataforma com a holandesa SBM Offshore, em 1997, durante o governo Fernando Henrique Cardoso (PSDB).
O delator admitiu que, naquela época, recebeu propinas mensalmente em valores que variavam entre US$ 25 mil e US$ 50 mil, e que teria recebido um total de US$ 22 milhões em propinas da empresa holandesa até 2010.
Entre 1995 e 2003, Barusco, que era funcionário de carreira da estatal, ocupou o cargo de gerente de Tecnologia de Instalações, no âmbito da diretoria de Exploração e Produção.
Ele admitiu que começou a receber propina em "1997 ou 1998 por conta de dois contratos de FPSO (navios-plataforma) firmados mediante sua (de Barusco) participação técnica e fundamental, uma vez que era o coordenador da área técnica."
O ex-gerente relata que foi o responsável pelo primeiro contrato do tipo na estatal, que foi "peça fundamental" dos contratos seguintes de navios-plataforma da Petrobras, pelos quais ele também admite ter recebido propina.
"Por conta de relacionamento bastante próximo que o declarante (Barusco) desenvolveu com o representante da SBM, Julio Faerman, tanto o declarante solicitou quanto Julio ofertou o pagamento de propina, sendo uma iniciativa que surgiu de ambos os lados e se tornou sistemática a partir do segundo contrato de FPSO firmado entre a SBM e a Petrobras", relata a delação de Barusco.
Barusco explicou que os acordos eram de longa duração e que, por isso "o pagamento de propinas perdurou por longos anos" enquanto ele ocupou o cargo na Diretoria de Exploração e Produção.
Além disso, ele também admitiu ter recebido propina "por ocasião de um outro contrato firmado entre a empresa Progress, representada por Julio Faerman e a Transpetro", em "1997 ou 1998".
Ainda segundo Barusco, as propinas acertadas entre ele e Julio Faerman continuaram nos anos seguintes, quando ele já havia ocupado o cargo de gerente-executivo de Engenharia, na diretoria de Abastecimento de Paulo Roberto Costa.
Ele admitiu, por exemplo, ter recebido propina de Faerman por um contrato de 2007, já no governo Lula, da plataforma P57.
O valor total do contrato, segundo o ex-gerente, era de R$ 1,2 bi, do qual ele admitiu ter recebido 1% de propina entre 2007 e 2010.
Investigada na Holanda, a SBM Offshore, empresa de locação de navios-plataforma a petroleiras, é acusada de pagar US$ 250 milhões em propinas em todo mundo.
A empresa chegou a admitir ter pago propinas no valor de US$ 139 milhões para obtenção de contratos e informações privilegiadas da Petrobras.
O caso também está sendo investigado pelas autoridades brasileiras e a GCU apura o envolvimento de 14 funcionários da estatal no esquema.
O criminalista Antônio Sérgio de Moraes Pitombo, que defende o executivo Julio Faerman, representante da SBM Offshore, disse que não poderá se manifestar sobre a delação de Pedro Barusco porque ela está inserida em um procedimento que corre sob sigilo.
Pitombo anotou que tem o compromisso profissional de preservar o sigilo dos autos em que Barusco cita o episódio da SBM Offshore.
A reportagem entrou em contato com a assessoria do Instituto FHC e foi informada que o ex-presidente está viajando.