Antonio Palocci: testemunha trabalhava no Setor de Operações Estruturadas da Odebrecht (Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil/Agência Brasil)
Agência Brasil
Publicado em 3 de fevereiro de 2017 às 12h55.
Em depoimento nesta sexta-feira (03), a ex-funcionária da Odebrecht Maria Lúcia Guimarães Tavares negou conhecer o ex-ministro Antônio Palocci e o assessor dele, Branislav Kontic.
Maria Lúcia foi ouvida como testemunha de acusação na ação penal que investiga o ex-ministro, o empreiteiro Marcelo Odebrecht e mais 13 pessoas. Eles foram denunciados pelos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro.
O advogado de Palocci e de Branislav Kontic, José Roberto Batochio, questionou se ela já tinha visto o ex-ministro, e Maria Lúcia respondeu: "só vi na televisão. Mas nunca estive pessoalmente com ele. E nunca falei com ele".
A testemunha trabalhava no Setor de Operações Estruturadas da empreiteira e era responsável por controlar as planilhas que informavam sobre remessas de dinheiro para pessoas beneficiadas pelo esquema de corrupção entre a Petrobras e a Odebrecht. Os documentos eram preenchidos com codinomes.
A ex-funcionária, que assinou acordo de delação premiada, reafirmou hoje (3) o que já havia dito na colaboração, que o único apelido que ela sabia a quem se referia era o da publicitária Mônica Moura, apontada na planilha como "Feira".
Respondendo a questionamentos da defesa da publicitária, Maria Lúcia informou: "o único codinome que eu conhecia era o de Mônica Moura, que era 'Feira', porque ela foi lá na sala. Ela foi pegar um dinheiro comigo". A ex-funcionária afirmou ainda que Mônica Moura teria ido duas vezes à empresa para receber valores.
Além de Maria Lúcia Tavares, também prestam depoimento hoje à tarde o senador cassado, Delcídio do Amaral, o ex-gerente da Petrobras Pedro Barusco e o engenheiro Zwi Skornicki. Todos assinaram acordo de delação premiada e têm obrigação de contar o que sabem.
De acordo com a denúncia do Ministério Público Federal, Palocci e a construtora Odebrecht teriam estabelecido um "amplo e permanente esquema de corrupção" entre 2006 e 2015. Mas a defesa de Palocci nega as acusações, chamando de afirmações "vazias".