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Ex-diretor do Samu é investigado por enriquecimento ilícito

Foi descoberto que Luis Carlos Wilke adquiriu, entre 2010 e 2014, uma casa avaliada em R$ 2,7 milhões

Ambulâncias do SAMU: o rendimento do ex-funcionário era de R$ 20 mil mensais (Divulgação/Secretaria de Saúde Municipal)
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Da Redação

Publicado em 30 de abril de 2015 às 09h33.

São Paulo - A Secretaria Municipal de Saúde de São Paulo (SMS) investiga se o ex-diretor do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) Luiz Carlos Wilke obteve enriquecimento ilícito durante sua gestão no serviço, entre 2010 e 2014.

Nesse período, foi realizado contrato de R$ 9,9 milhões por um serviço de tecnologia de informação por meio de "toughbooks" (tipo de notebook mais resistente) nunca utilizado no Samu.

Ele foi alvo de uma auditoria da Controladoria-Geral do Município (CGM), conforme antecipou o portal estadao.com.br na quarta-feira, 29. O ex-funcionário pediu exoneração durante a apuração do caso.

A pasta descobriu que Wilke adquiriu, entre 2010 e 2014, uma casa avaliada em R$ 2,7 milhões, no Tucuruvi, zona norte da capital. O rendimento do ex-funcionário era de R$ 20 mil mensais e ele não declarava outros bens. A residência teria sido paga em dinheiro.

O jornal O Estado de S. Paulo foi até a residência. Uma mulher atendeu o interfone e, ao ser informada de que Wilke era procurado, o chamou.

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O homem confirmou ser Wilke à reportagem, mas, quando soube o motivo da visita, disse que não havia ninguém com aquele nome no local. "Deve ser engano." E desligou.

Em depoimento à secretaria, o ex-diretor afirmou que a casa não estava em seu nome e mora no local "de favor".

Ele ainda disse durante a sindicância que estava na residência como "caseiro" até poder pagar o imóvel.

A pasta também apurou que o imóvel já estava "havia algum tempo" à venda, com dificuldade para encontrar compradores.

As "boas referências" do comprador e roubos frequentes teriam sido o motivo de a proprietária da casa conceder a Wilke o imóvel por comodato.

Toughbooks

O sistema de toughbooks adquirido sob autorização do ex-diretor foi considerado "ultrapassado" e "muito caro" no relatório da CGM. Os equipamentos estão guardados no almoxarifado do Samu e, segundo o controlador-geral do Município, Roberto Porto, nunca foram usados.

"Com esse montante, o Município poderia ter adquirido 60 ambulâncias para o Samu", disse ele ao Estado.

O contrato pelo serviço, feito com a empresa de tecnologia de informação Tevec, teve início em 28 de junho de 2012, sob a gestão do ex-prefeito Gilberto Kassab, atual ministro das Cidades, e expirou em 28 de fevereiro de 2014.

Por meio de nota, Kassab informou que o processo "seguiu todos os trâmites exigidos pela legislação" e ressaltou que, mesmo na gestão do prefeito Fernando Haddad (PT), o contrato seguiu ativo e os pagamentos foram realizados até 2014. Em nota, a secretaria informou que "tomará as providências cabíveis" ao fim da sindicância.

Já a Tevec afirmou que a implementação do sistema foi um "sucesso", mas que, quando a nova gestão do Samu assumiu, decidiu não renovar o contrato "por contenção de gastos".

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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