Ex-contadora diz que Youssef entregou mala de dinheiro à OAS
Meire Pozza disse em depoimento que Alberto Yousseff entregou uma mala de dinheiro à empreiteira OAS em janeiro do ano passado
Da Redação
Publicado em 4 de fevereiro de 2015 às 21h02.
A ex-contadora de Alberto Youssef, Meire Pozza, disse hoje (4), em depoimento à Justiça Federal em Curitiba, que o doleiro entregou uma mala de dinheiro à empreiteira OAS em janeiro do ano passado.
Ela prestou depoimento ao juiz federal Sérgio Moro como testemunha de acusação na ação penal em que a empreiteira é investigada.
A contadora relatou que, no dia 16 de janeiro de 2014, foi convidada por Youssef para acompanhá-lo no encontro no qual os valores foram entregues, no entanto, no meio do caminho, pediu ao doleiro que a deixasse em uma livraria, para não presenciar o fato.
Meire Pozza também confirmou que o réu Rafael Ângulo, investigado na Lava Jato por entregar propina a mando do doleiro, também levou dinheiro até a sede da OAS, em São Paulo.
Segundo ela, Rafael disse que na OAS era o "único lugar onde ele usava o documento verdadeiro" para se identificar.
O advogado dos executivos da OAS, Roberto Telhada, que esteve presente na sala de depoimentos, ironizou as declarações da contadora.
"Ela não afirmou nada, afirmou que viu o Youssef levando dinheiro para a OAS. Ótimo. Ele não tirou, ele levou. Que crime é esse?", disse
Na ação penal, são investigados José Adelmário Filho, presidente da OAS, Agenor Franklin Magalhães Medeiros, diretor-presidente da Área Internacional, e José Ricardo Nogueira Breghirolli, funcionário da empreiteira. Eles estão presos na Superintendência da Polícia Federal em Curitiba, desde novembro do ano passado.
Se o juiz Sérgio Moro, responsável pelo caso, acatar a denúncia, os 35 envolvidos serão julgados por crime de organização criminosa, lavagem de dinheiro e crime de corrupção. Segundo o relatório divulgado pela Procuradoria, as penas podem chegar a 127 anos de detenção, caso o réu seja considerado culpado pelos crimes de organização criminosa, 3 atos de corrupção e 3 atos de lavagem de dinheiro. A Mendes Júnior, por exemplo, teria acumulado 53 atos de corrupção. Veja a lista de penas possíveis para cada crime:
Crime | Pena mínima | Pena Máxima |
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Organização criminosa | 4 anos e 4 meses | 13 anos e 4 meses |
Corrupção | 2 anos e 8 meses | 21 anos e 4 meses |
Lavagem de dinheiro | 4 anos | 16 anos e 8 meses |
Mendes Junior + GFD | |
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Denunciados | 16 |
Corrupção da empresa (R$) | 71.602.688,48 |
Ressarcimento buscado (R$) | 214.808.065,45 |
Valor envolvido na lavagem (R$) | 8.028.000,00 |
Número de atos de corrupção e lavagem | 53 corrupções e 11 lavagens + 30 lavagens |
Camargo Corrêa + UTC | |
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Denunciados | 10 |
Corrupção da empresa (R$) | 86.457.578,91 |
Ressarcimento buscado (R$) | 343.033.978,68 |
Valor envolvido na lavagem (R$) | 36.876.887,75 |
Número de atos de corrupção e lavagem | 11 corrupções e 7 lavagens |
Engevix | |
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Denunciados | 9 |
Corrupção da empresa (R$) | 52.977.089,89 |
Ressarcimento buscado (R$) | 158.931.269,69 |
Valor envolvido na lavagem (R$) | 13.432.500,00 |
Número de atos de corrupção e lavagem | 33 corrupções e 31 lavagens |
Galvão Engenharia | |
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Denunciados | 7 |
Corrupção da empresa (R$) | 46.063.344,24 |
Ressarcimento buscado (R$) | 256.546.958,55 |
Valor envolvido na lavagem (R$) | 5.512,430,00 |
Número de atos de corrupção e lavagem | 37 corrupções e 12 lavagens |
OAS | |
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Denunciados | 9 |
Corrupção da empresa (R$) | 29.321.227,22 |
Ressarcimento buscado (R$) | 213.039.145,36 |
Valor envolvido na lavagem (R$) | 10.300.038,93 |
Número de atos de corrupção e lavagem | 20 corrupções e 14 lavagens |