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Ex-assessor de Flávio Bolsonaro alegou "crise de saúde" e não foi depor

A oitiva para o motorista esclarecer as transações atípicas em sua conta apontadas pelo Coaf foi remarcada para a próxima sexta-feira, 21

Flávio Bolsonaro (Tânia Rêgo/Agência Brasil)

Flávio Bolsonaro (Tânia Rêgo/Agência Brasil)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 19 de dezembro de 2018 às 16h50.

Última atualização em 19 de dezembro de 2018 às 17h17.

O procurador-geral de Justiça do Rio, Eduardo Gussem, informou nesta quarta-feira, 19, que Fabrício José Carlos de Queiroz, ex-motorista e ex-assessor do deputado estadual Flávio Bolsonaro (PSL), não compareceu à audiência que estava marcada para esta tarde no Ministério Publico do Rio.

Os advogados do ex-motorista alegaram ao MPRJ questões de saúde e pouco tempo para analisar os autos. De acordo com o MPRJ, a oitiva para o motorista esclarecer as transações atípicas de R$ 1,2 milhão em sua conta apontadas pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) foi remarcada para a próxima sexta-feira, 21.

Segundo o MPRJ, os advogados de defesa de Fabrício comunicaram, no início da tarde desta quarta-feira, "que não tiveram tempo hábil para analisar os autos da investigação" e relataram que seu cliente teve "inesperada crise de saúde" e estaria em atendimento para a realização de exames médicos de urgência, acompanhado de sua família".

"Em razão disso, o advogado solicitou o adiamento das oitivas e requereu cópia dos autos da investigação", informou, por nota, o MPRJ. A investigação corre sob sigilo e está sendo conduzida pelo Grupo de Atribuição Originária em Matéria Criminal do MPRJ.

O ex-PM trabalhou durante cerca de dez anos com Flávio e foi seu motorista na Alerj. Registrado como assessor parlamentar de Flávio Bolsonaro, Fabrício Queiroz também era segurança do filho de Bolsonaro. Queiroz foi exonerado do gabinete no último dia 15 de outubro.

Investigação

O depoimento de Queiroz seria para esclarecer a movimentação "atípica" identificada pelo Coaf de R$ 1,2 milhão, entre janeiro de 2016 e janeiro de 2017.

O documento cita um repasse de R$ 24 mil para a futura primeira-dama Michelle Bolsonaro — o presidente eleito disse que se tratava do pagamento de uma dívida antiga do policial militar com ele.

De acordo com a Revista Veja, uma das contas de Queiroz recebeu transferências bancárias de sete servidores da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) que passaram pelo gabinete do filho do presidente eleito.

Além dos servidores, o próprio Fabrício Queiroz depositou 94.812 reais em sua conta, que é do banco Itaú e a agência fica em Freguesia, bairro da zona oeste da cidade do Rio.

Os nomes dos servidores que fizeram os depósitos, citados de acordo com o relatório da Coaf, são: os da filha do ex-PM Nathalia Melo de Queiroz — que trabalhou no gabinete de Jair Bolsonaro na Câmara dos Deputados —, o de sua mulher, Márcia Oliveira Aguiar, e dos servidores Agostinho Moraes da Silva, Jorge Luís de Souza, Luiza Souza Paes, Raimunda Veras Magalhães e Wellington Servulo Rômulo da Silva.

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