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Europa terá atos em apoio às ciclovias de SP

Implementação das faixas exclusivas está paralisada por uma decisão judicial


	Ciclista na faixa exclusiva para bicicletas, em São Paulo: na capital paulista, protesto está agendado para as 18 horas desta sexta-feira, na Praça do Ciclista, na Avenida Paulista
 (Dado Galdieri/Bloomberg)

Ciclista na faixa exclusiva para bicicletas, em São Paulo: na capital paulista, protesto está agendado para as 18 horas desta sexta-feira, na Praça do Ciclista, na Avenida Paulista (Dado Galdieri/Bloomberg)

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Da Redação

Publicado em 26 de março de 2015 às 09h26.

São Paulo - Ciclistas de diversos países estão se mobilizando para protestar a favor das ciclovias na capital paulista, cuja implementação está paralisada por uma decisão judicial.

Por meio das redes sociais, ativistas da Inglaterra, Itália e Alemanha já confirmaram atos para esta semana.

Em Londres, um grupo começou a se organizar pelo Facebook. O evento está agendado para sexta-feira, 27, com saída prevista para as 19 horas (horário local), da Ponte Waterloo.

Palermo, na Itália, também terá um ato em solidariedade aos ciclistas paulistanos. O evento ocorrerá às 16 horas de sábado, 28, com saída da Praça Politeama.

Na página do ato no Facebook, 213 pessoas já haviam confirmado presença ontem, 25.

Em Munique, na Alemanha, a quantidade de ciclistas que comparecerão ao ato, marcado para as 20 horas de sexta-feira, é ainda maior: 737 haviam confirmado a participação pela página da Critical Mass München, na rede social.

A decisão do juiz da 5ª Vara da Fazenda Pública da Capital, Luiz Fernando Rodrigues Gerra, tomada na quinta-feira passada, impede que a Prefeitura continue construindo ciclovias na cidade.

A medida foi anunciada após uma ação movida pela promotora de Habitação e Urbanismo Camila Mansour Magalhães da Silveira. Ela alega que teria faltado planejamento para a instalação das faixas.

Entidades relacionadas à segurança no trânsito e ciclistas criticaram a medida. Eles consideram a postura do Ministério Público Estadual (MPE) um retrocesso na política de mobilidade urbana.

O diretor da Associação de Ciclistas Urbanos de São Paulo (Ciclocidade), Daniel Guth, chegou a afirmar que a promotora é favorável a uma política "rodoviarista", que ignora outros meios de deslocamento que não os carros.

Capital

Em São Paulo, o protesto está agendado para as 18 horas desta sexta-feira, na Praça do Ciclista, na Avenida Paulista, perto da Rua da Consolação. Até agora, mais de 6,1 mil pessoas já confirmaram o comparecimento na página do evento no Facebook

"Venha com sua bicicleta, skate, patins, correndo ou qualquer outra forma não poluente de locomoção. Traga faixas, cartazes, venha com alegria reivindicar uma vida mais segura e saudável nas cidades brasileiras", diz o texto na rede social.

Segundo a cicloativista e apresentadora Renata Falzoni, de 61 anos, o protesto está sendo organizado por ciclistas do mundo todo que integram um movimento chamado Massa Crítica, que surgiu em São Francisco, nos Estados Unidos, nos anos 1990.

O grupo promove uma "pedalada" toda última sexta-feira do mês. "Sempre existe um motivo para protestar nessas pedaladas. Dessa vez, por coincidência, temos esse absurdo acontecendo em São Paulo", diz Renata.

A cicloativista recorda que esta não é a primeira vez que o Brasil entra no foco da pedalada promovida pelo movimento Massa Crítica em várias capitais do mundo.

Em 2011, quando o bancário Ricardo Neis atropelou 15 ciclistas em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, cicloativistas de vários países organizaram pedaladas na Europa e nos Estados Unidos em protesto contra a falta de punição ao infrator.

Autor do blog Vá de Bike, William Cruz, de 41 anos, afirma que a justificativa do MPE para paralisar o projeto das ciclovias paulistanas gerou uma indignação nas redes sociais que chegou até entidades e ciclistas de outros países e de dezenas de cidades do País.

"Muitas cidades da América Latina estão aderindo ao protesto. A cada hora aumenta o número de cidades que vão fazer atos."

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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