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EUA liberam carne suína e bovina de Santa Catarina

O Brasil é o quarto produtor e exportador global de carne suína, enquanto os EUA estão em segundo no ranking da exportação

Brasil Foods, maior produtora e exportadora de carne suína do Brasil, deverá se beneficiar da decisão dos EUA (Germano Luders/Exame)

Brasil Foods, maior produtora e exportadora de carne suína do Brasil, deverá se beneficiar da decisão dos EUA (Germano Luders/Exame)

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Da Redação

Publicado em 16 de novembro de 2010 às 18h27.

São Paulo - Os Estados Unidos liberaram a importação de carne suína e bovina in natura do Estado de Santa Catarina, informou nesta terça-feira a Abipecs, entidade que reúne os produtores e exportadores de suínos no Brasil.

Segundo Pedro de Camargo Neto, presidente da Abipecs, a liberação de Santa Catarina, Estado reconhecido pela Organização Mundial de Saúde Animal como livre de febre aftosa sem vacinação, foi publicada nesta terça-feira no diário oficial norte-americano.

O envio do produto aos EUA, no entanto, não é automático. Camargo afirmou que a partir de agora tem início o processo de habilitação pelos EUA de unidades processadoras no Estado.

"Agora tem que habilitar as fábricas, um processo individualizado", declarou ele a jornalistas.

O dirigente afirmou que o Brasil poderá ser competitivo para exportar para os EUA, inicialmente, em alguns cortes suínos como costela e bacon. "Carcaça chegaria mais caro (que o produto dos EUA pelo frete)", observou.

O Brasil é o quarto produtor e exportador global de carne suína, enquanto os EUA estão em segundo no ranking da exportação e em terceiro no da produção, segundo dados divulgados pela Abipecs.

No caso da carne bovina, a autorização dos EUA não tem grande impacto, já que Santa Catarina não detém um grande rebanho de bovinos. Em suínos, ao contrário, o Estado é o maior produtor brasileiro e teria condições de ampliar as exportações.

Mas considerando que os norte-americanos também contam com uma importante posição no comércio internacional de carne suína, Camargo Neto comentou que a liberação tem mais um aspecto positivo indireto, que é o de facilitar a abertura de outros mercados como os do Japão e da Coreia do Sul, pelo reconhecimento internacional do serviço de inspeção dos Estados Unidos.

"Os EUA têm influência na Ásia e vai ajudar no trâmite de processos com Japão e Coreia, ajuda indiretamente, dá credibilidade para a carne de Santa Catarina", afirmou ele durante evento da Brasil Foods na Bovespa.

A Brasil Foods, maior produtora e exportadora de carne suína do Brasil, deverá se beneficiar da decisão dos EUA. "É uma notícia bem interessante, bem boa", declarou o presidente executivo da Brasil Foods, José Antonio do Prado Fay, ao saber da notícia durante o evento. Na mesma linha, outra companhia brasileira que pode eventualmente ser beneficiada é a Marfrig, que comprou a Seara no ano passado e se tornou a segunda em carne suína no Brasil.

O aval dos EUA para Santa Catarina veio após o Brasil ter obtido neste ano um acordo com os norte-americanos dentro da disputa relacionada aos subsídios ao algodão.

O Brasil concordou em não retaliar os EUA --uma medida autorizada pela Organização Mundial de Comércio, que considerou os subsídios ao algodão ilegais-- desde que, entre outras coisas, os norte-americanos liberassem a carne catarinense.

O processo na OMC do Brasil contra os subsídios ao algodão dos EUA foi iniciado justamente sob a batuta de Camargo Neto, quando ele integrava o governo de Fernando Henrique Cardoso.

Santa Catarina obteve da Organização Internacional de Saúde Animal o status de livre de febre aftosa sem vacinação em 2007, mas os EUA sempre adiaram o reconhecimento dessa condição.

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