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Este tema está superado, afirma Maia sobre tensão com o Planalto

Em entrevista à imprensa, Maia negou que esteja trabalhando para derrubar o presidente Michel Temer por meio da votação da 2ª denúncia apresentada pela PGR

Maia: "Vocês (imprensa) confundem a defesa da Câmara com conflito com o presidente" (Getty Images/Getty Images)

Maia: "Vocês (imprensa) confundem a defesa da Câmara com conflito com o presidente" (Getty Images/Getty Images)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 17 de outubro de 2017 às 17h33.

Brasília - O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou nesta terça-feira, 17, que a nova crise entre ele e o Palácio do Planalto está superada.

Em entrevista à imprensa, Maia negou que esteja trabalhando para derrubar o presidente Michel Temer por meio da votação da segunda denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR), que, segundo ele, será votada no plenário da Casa na próxima quarta-feira, 25.

"Para mim, este tema está superado", afirmou Maia na entrevista. Segundo ele, o atrito não afetou a relação e respeito dele para com Temer.

Maia disse que só reagiu como presidente da Câmara, pois entendeu que houve interferência do Executivo no Legislativo. "Vocês (imprensa) confundem a defesa da Câmara com conflito com o presidente Michel Temer. Quando entendo a Câmara e os servidores atacados, tenho que reagir pela instituição", declarou.

O presidente da Câmara entrou em nova rota de coligação com o governo no último fim de semana, após a publicação dos vídeos com a delação do doleiro Lúcio Funaro no site da Casa.

Como mostrou o Estadão/Broadcast, o gesto foi entendido no governo como mais uma ação de Maia para mostrar que está descolado do Planalto.

Interlocutores de Temer avaliaram que Maia poderia não ter autorizado divulgação do material no site da Casa.

Os vídeos da delação foram divulgados no site da Câmara com documentos relacionados à segunda denúncia contra Temer e os ministros Eliseu Padilha (Casa Civil) e Moreira Franco (Secretaria-Geral).

O material foi enviado pela presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Cármen Lúcia, com ofício expedido em 21 de setembro, uma semana após a Procuradoria-Geral da República (PGR) apresentar a segunda denúncia contra Temer.

O episódio levou a um bate-boca público entre Maia e a defesa de Temer. Sábado, o advogado Eduardo Carnelós publicou nota para criticar "vazamentos criminosos". Maia contra-atacou e disse que o defensor é "incompetente".

Carnelós recuou e, também em nota, disse que "jamais" imputou "a prática de ilegalidade, muito menos crime" ao deputado. "Não teve vazamento. O advogado é incompetente", disse o presidente da Câmara.

Na entrevista nesta terça-feira, Maia afirmou que, apesar de o advogado do Temer ter soltado uma nova nota fazendo um "mea-culpa", ele entendeu que Carnelós não teve humildade suficiente para reconhecer o erro.

O presidente da Câmara reiterou que pretende comandar a votação da segunda denúncia de forma imparcial e ressaltou que não "tem nada atrás da minha imparcialidade" que seja para prejudicar o presidente da República.

Ele admitiu que, para evitar ser mal-interpretado pelos deputados e pela sociedade, decidiu cancelar viagem que faria ao Chile nesta quarta-feira, 18, dia em que a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara deve votar o parecer do deputado Bonifácio de Andrada (PSDB-MG) sobre a segunda denúncia.

"Minha viagem poderia dar sinalização que estava abandonando a Câmara no momento em que a CCJ votaria a denúncia contra Temer", disse.

O parlamentar fluminense evitou prever quantos votos Temer deve ter durante a votação da peça acusatória no plenário da Câmara.

"Acho que o presidente tem todas as condições e experiência para fazer sua defesa e convencer os parlamentares da importância da manutenção dele na presidência da República", declarou Maia na entrevista.

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