Lula: "Seria uma fraude uma eleição sem Lula", diz Gleisi (Nacho Doce/Reuters)
Estadão Conteúdo
Publicado em 21 de setembro de 2017 às 16h31.
São Paulo - O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva será o candidato do PT nas eleições presidenciais de 2018, mesmo que venha a ter alguma condenação ratificada em segunda instância, afirmou a presidente nacional do partido, senadora Gleisi Hoffmann (PR).
"Temos certeza de que ele será candidato, independente da sentença do Tribunal Regional Federal da 4.ª região. Até porque temos precedentes que foram julgados e foi dado do direito de a pessoa ser candidata, mesmo julgada em segunda instância", afirmou.
Gleisi também negou que a legenda avalie boicotar o processo eleitoral, caso Lula seja, de fato, impedido de concorrer à Presidência.
"Seria uma fraude uma eleição sem Lula, mas estamos convictos de que ele será nosso candidato", afirmou. Ainda sobre a candidatura do ex-presidente, ela voltou a afirmar que não há "plano B" para a formação da chapa.
"Quero dizer de uma vez por todas que não existe plano B. Isso é invenção dos nossos adversários, que têm interesse que o PT participe no processo com um nome mais fraco, pois eles sabem que Lula sairá vencedor se concorrer", disse.
Ainda em tratativas para firmar acordo de delação premiada, o ex-ministro da Fazenda e da Casa Civil Antônio Palocci poderá ser suspenso da sigla por 60 dias, enquanto é avaliada a expulsão definitiva, disse Gleisi.
"O Diretório de Ribeirão Preto no interior de São Paulo já abriu um processo para julgá-lo na Comissão de Ética e temos uma proposta de resolução a ser discutida, que é a suspensão de Palocci. É uma possibilidade prevista em nosso estatuto e ocorreria por um prazo de 60 dias."
O resultado da última pesquisa de intenção de voto apresentada pela Confederação Nacional de Transporte (CNT)/MDA foi celebrado pela presidente nacional do PT e senadora pelo Paraná.
"Mesmo com toda a desconstrução e carga de mentiras sobre o partido, o Lula aparece em primeiro lugar nas pesquisas. Isso é muito importante e aumenta nossa responsabilidade", disse.
Gleisi afirmou ainda que o PT já abriu conversas e procurou partidos de centro-esquerda no espectro político com vistas às eleições.
"Independente da manutenção da candidatura de outros partidos, vamos procurar todas as siglas de centro-esquerda, pela responsabilidade que este campo tem na construção do País. O PT tem, inclusive, esse dever, como o maior partido da esquerda brasileira", afirmou.
A senadora confirmou contatos com o PCdoB, PSB, PDT. "Também fiz um convite de conversa ao PSOL. Não é que estamos fazendo aliança, é um diálogo que eu procurei iniciar", explicou Gleisi.
"Quem sabe desse processo de conversa a gente possa ter uma construção conjunta, seja de uma base programática, seja de uma candidatura."
O convite de conversa ao PDT, explicou Gleisi, foi feito mesmo diante da postura crítica de Ciro Gomes ao PT e ao ex-presidente Lula.
"Conhecemos a personalidade do ex-ministro Ciro Gomes, ele sempre fala as coisas no calor do momento, é muito reativo, então temos que saber diferenciar."