(Amanda Perobelli/Reuters)
Estadão Conteúdo
Publicado em 22 de fevereiro de 2021 às 14h45.
O Estado de São Paulo atingiu seu maior número de internações desde o início da pandemia de coronavírus no ano passado. Houve um incremento de 5,6% em relação a semana anterior e o governo avisou que está alerta para o problema. "Nossa atenção está ainda maior. Esse incremento de 5,6% no número de internações mostra o quanto existe a circulação intensa do vírus. Em julho de 2020 tivemos o pico de 6.250 pessoas internadas, agora atingimos nesta segunda, o número de 6.410 pacientes internados em UTI. Ultrapassamos o maior número da história da pandemia e temos que ter uma atenção especial a algumas regiões do Estado", comentou Jean Gorinchteyn, secretário da Saúde.
Algumas cidades do interior do Estado, por causa do aumento da pandemia e do colapso no sistema de saúde, decretaram "lockdown" para tentar reduzir a transmissão do vírus entre as pessoas. Araraquara é um desses municípios que fechou tudo para tentar conter a contaminação. Ao mesmo tempo, o governo vem ampliando a oferta de leitos, mas a situação parece que pode ser replicada para outras cidades.
Segundo João Gabbardo, coordenador executivo do Centro de Contingência da Covid-19, é preocupante a situação no interior do Estado. "O Centro de Contingência apresentou recomendações extraordinárias e o governo está fazendo análise disso. Essas medidas adicionais ao Plano São Paulo serão anunciadas na quarta-feira, para entrarem em vigor na sexta-feira. Entre elas está a redução da mobilidade, que é o que podemos fazer nesse momento para reduzir a transmissibilidade", disse.
Para Paulo Menezes, coordenador do Centro de Contingência da Covid-19, todas as medidas serão importantes para tentar conter o avanço da doença nas cidades paulistas. "Alguns municípios têm intensificado medidas de restrição além do que o Plano São Paulo coloca. Isso deve auxiliar na redução da transmissão", acredita.
Atualmente, a taxa de ocupação de leitos no Estado de São Paulo está em 67,9%. Nesta segunda-feira, 22, foram registrados 1.978.477 casos, sendo 2.550 nas últimas 24 horas, e o Estado atingiu a marca de 57.842 mortes, sendo 43 óbitos registrados nas últimas 24 horas.
Outro ponto importante para a redução da transmissão é a vacinação. Na próxima sexta-feira, o governo vai anunciar quais serão as novas faixas etárias de imunização. Nesta segunda-feira o Estado atingiu a marca de 2.033.582 pessoas vacinadas, segundo Regiane de Paula, coordenadora de controle de doenças da Secretaria de Estado da Saúde.
Doria anunciou também que a partir desta terça-feira, 23, o Instituto Butantan começará a enviar a remessa de 3,4 milhões de doses da Coronavac, vacina contra o novo coronavírus, ao Ministério da Saúde. De acordo com o governador, serão entregues em média 426 mil doses diárias do imunizante para a pasta.
Doria anunciou que estará nesta terça, às 9h da manhã, no Instituto Butantan - que completa 120 anos na data - acompanhando a entrega de doses da vacina para a pasta. O governador também declarou que em reunião com o diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas, na manhã desta segunda-feira, 22, solicitou empenho para "se possível", aumentar o número de doses disponíveis para o Ministério da Saúde, aumentando o tempo de trabalho e o número de profissionais no Instituto Butantan.
O governador anunciou a criação do programa Bolsa Trabalho, com remuneração de até R$ 450 por mês. Serão 100 mil vagas abertas. "As pessoas terão acesso a uma bolsa, qualificação profissional e trabalho. Os auxílios são por cinco meses e vão transformar a vida dessas famílias", disse Patricia Ellen, secretária de desenvolvimento econômico.