Estádios da Copa já consomem US$ 1,9 bi da carteira do BNDES
O BNDES arcará com mais da metade dos custos para construir e reformar estádios para a Copa de 2014
Da Redação
Publicado em 4 de fevereiro de 2013 às 17h19.
A corrida do governo para concluir estádios para a Copa de 2014 está comprometendo US$ 1,9 bilhão da carteira de crédito do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social. O valor evidencia a dependência das construtoras do financiamento estatal ao mesmo tempo em que auditorias dizem que quatro dos 12 estádios não vão ser autossuficientes após o torneio.
O BNDES vai financiar 55 por cento dos R$ 6,9 bilhões que serão necessários para a construção e reforma dos estádios. O total triplicou desde 2007 com atrasos nas obras e a disparada dos custos trabalhistas. Os empréstimos, com até 15 anos de prazo, têm juro máximo de 5,58 pontos percentuais acima da Taxa de Juros de Longo Prazo, hoje em 5 por cento, sem contar o spread cobrado pelos administradores do financiamento.
A Andrade Gutierrez SA, uma das construtoras que receberam recursos do BNDES, fez uma captação em junho com debêntures de 10 anos que pagam 6,2 por cento mais a inflação anual, hoje em 5,84 por cento.
Depois de o ex-ministro dos Esportes, Orlando Silva, ter dito em 2007 que a Copa não contaria com recursos públicos, o BNDES tornou-se o principal credor dos projetos. O banco e o governo vão financiar mais de 90 por cento dos custos dos estádios. A Alemanha cobriu 38 por cento de reformas em estádios antes da Copa de 2006 no país. O Brasil ainda depende de empréstimos subsidiados, dois anos após o governo ter tentado estimular o mercado de debêntures de infraestrutura para reduzir a dependência do BNDES.
“No Brasil, estamos vendo maior participação do estado que nas outras copas”, disse Pedro Daniel, economista da BDO Brazil, quinto maior grupo de auditoria e consultoria do País e que tem times de futebol e construtoras entre seus clientes. “Custos de construção por assento são tão altos quanto na Alemanha, mas lá os estádios ficaram com quase 100 por cento de ocupação depois da Copa.”
O BNDES disse em resposta por e-mail que os empréstimos são aprovados após uma análise de risco e que o banco exige estudos de viabilidade de longo prazo para os projetos. A instituição também exige que operadores dos estádios submetam o plano executivo aprovado pela FIFA para terem acesso a mais de 20 por cento da linha de crédito.
A corrida do governo para concluir estádios para a Copa de 2014 está comprometendo US$ 1,9 bilhão da carteira de crédito do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social. O valor evidencia a dependência das construtoras do financiamento estatal ao mesmo tempo em que auditorias dizem que quatro dos 12 estádios não vão ser autossuficientes após o torneio.
O BNDES vai financiar 55 por cento dos R$ 6,9 bilhões que serão necessários para a construção e reforma dos estádios. O total triplicou desde 2007 com atrasos nas obras e a disparada dos custos trabalhistas. Os empréstimos, com até 15 anos de prazo, têm juro máximo de 5,58 pontos percentuais acima da Taxa de Juros de Longo Prazo, hoje em 5 por cento, sem contar o spread cobrado pelos administradores do financiamento.
A Andrade Gutierrez SA, uma das construtoras que receberam recursos do BNDES, fez uma captação em junho com debêntures de 10 anos que pagam 6,2 por cento mais a inflação anual, hoje em 5,84 por cento.
Depois de o ex-ministro dos Esportes, Orlando Silva, ter dito em 2007 que a Copa não contaria com recursos públicos, o BNDES tornou-se o principal credor dos projetos. O banco e o governo vão financiar mais de 90 por cento dos custos dos estádios. A Alemanha cobriu 38 por cento de reformas em estádios antes da Copa de 2006 no país. O Brasil ainda depende de empréstimos subsidiados, dois anos após o governo ter tentado estimular o mercado de debêntures de infraestrutura para reduzir a dependência do BNDES.
“No Brasil, estamos vendo maior participação do estado que nas outras copas”, disse Pedro Daniel, economista da BDO Brazil, quinto maior grupo de auditoria e consultoria do País e que tem times de futebol e construtoras entre seus clientes. “Custos de construção por assento são tão altos quanto na Alemanha, mas lá os estádios ficaram com quase 100 por cento de ocupação depois da Copa.”
O BNDES disse em resposta por e-mail que os empréstimos são aprovados após uma análise de risco e que o banco exige estudos de viabilidade de longo prazo para os projetos. A instituição também exige que operadores dos estádios submetam o plano executivo aprovado pela FIFA para terem acesso a mais de 20 por cento da linha de crédito.