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Estabilidade de funcionários dos Correios pode cair após venda

"Uma estabilidade muito grande pode ser vista pelo investidor que está vindo como preocupação", disse Martha Seillier, secretária especial do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI)

 (Fernando Frazão/Agência Brasil)

(Fernando Frazão/Agência Brasil)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 16 de julho de 2021 às 10h03.

A secretária especial do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI), Martha Seillier, indicou que o governo federal vai tentar reduzir a estabilidade de 18 meses para funcionários do Correios com a venda da estatal, como prevê o parecer do deputado Gil Cutrim (Republicanos-MA).

Ele é relator do projeto de lei que permite a privatização do Correios, estatal que detém o monopólio dos serviços postais (correspondências), e que deve ser votado em agosto pela Câmara dos Deputados.

Em entrevista ao Live Broadcast na quinta-feira, 15, a secretária elogiou o trabalho do parlamentar no relatório, mas ressaltou que a duração da estabilidade - que veda demissões por um período pelo novo dono do Correios - precisa ser melhor calibrada.

Segundo ela, não há precedente em outros projetos de privatização tocados pelo governo de uma estabilidade que chegue a 18 meses - o máximo, até agora, seria de um ano. A secretária alertou que, a partir disso, a medida pode resultar em algum ônus para a nova administração e afastar o interesse de investidores no leilão.

"Uma estabilidade muito grande pode ser vista pelo investidor que está vindo como preocupação", disse. Ela afirmou que uma estabilidade bem calibrada é importante para que os trabalhadores da estatal, hoje com quase 100 mil funcionários, tenham oportunidade de mostrar seu valor para a companhia.

A secretária disse também que, apesar de a população muitas vezes associar o processo de privatização a demissões, no caso do Correios o que se vislumbra é o contrário, com a possibilidade de contratações ao longo dos anos.

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