Esporte pode romper convênio de R$ 6 mi com cartolas
Convênio foi feito para cadastrar as torcidas organizadas do país antes da Copa do Mundo de 2014, mas não saiu do papel, apesar do pagamento
Da Redação
Publicado em 6 de outubro de 2012 às 09h17.
Brasília - O Ministério do Esporte define hoje se romperá o contrato de R$ 6,2 milhões com o Sindicato Nacional das Associações de Futebol (Sindafebol) para realizar o cadastramento das torcidas organizadas no País. Oito meses após a assinatura do convênio milionário, e mais de quatro meses depois da liberação do dinheiro, o cadastramento ainda não saiu do papel, conforme revelou reportagem do jornal O Estado de S. Paulo publicada ontem.
Em nota divulgada ontem à noite, depois das cobranças por explicações feitas pela Controladoria-Geral da União (CGU) e políticos da oposição, a assessoria do ministro Orlando Silva informou que convocara para hoje reunião com a entidade dirigida por cartolas. A reunião se destina a "examinar com a entidade a continuidade do convênio e as condições da sua execução".
Em entrevista ao Estado, o presidente do Sindicato, Mustafá Contursi, informou que a entidade ainda analisa a capacidade operacional do cadastramento. O próprio sindicato havia atestado sua capacidade para tocar o convênio, questão posta em dúvida por parecer jurídico do ministério, datado de 14 de dezembro, duas semanas antes do fechamento do contrato.
A capacidade técnica e operacional da entidade foi avalizada pelo então assessor especial de futebol e atual Secretário Nacional de Futebol, Alcino Reis. O sindicato seria, segundo ele, o "parceiro ideal" para o cadastramento dos cerca de 500 mil torcedores até março de 2012.
Embora esse cadastramento não tenha saído do papel, e se limite atualmente a um "teste" da proposta em Curitiba, por técnicos não contratados, o Ministério do Esporte nega, em nota, que o projeto seja "fantasma". O ministério também nega relação do projeto com a Copa do Mundo. Mas é um documento assinado por Alcino Reis que faz essa relação. "O projeto traz em seu contexto que é preciso aproveitar a mobilização nacional para mudar o ambiente social, a cultura e o comportamento que existe em torno do futebol como uma ação de preparação do Brasil para a Copa do Mundo Fifa 2014", diz o texto.
Na nota, o ministério afirma ainda que o contrato não consta da matriz de responsabilidade, documento que reúne obras da Copa do Mundo, contrariando a versão do próprio secretário.
Federação Paulista
A Federação Paulista de Futebol (FPF) faz há cinco anos, no Estado de São Paulo, o mesmo tipo de cadastramento de membros de torcida organizada que o Sindicato das Associações de Futebol (Sindafebol) avalia se terá condições de fazer. A FPF é associada ao Sindafebol, que recebeu R$ 6,2 milhões de um convênio com o Ministério do Esporte, mas não entregou o serviço.
Segundo o presidente da federação, Marco Polo del Nero, em função de um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) assinado em setembro de 2006 com o Ministério Público, a FPF já cadastrou 45 mil torcedores - o Ministério do Esporte participou da assinatura e do acompanhamento do TAC. Del Nero informou que a entidade gastou R$ 900 mil ao longo dos cinco anos. O processo, de acordo com ele, é bastante elementar. "É tão simples, né? É um software e alguém cadastrando esses torcedores." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Brasília - O Ministério do Esporte define hoje se romperá o contrato de R$ 6,2 milhões com o Sindicato Nacional das Associações de Futebol (Sindafebol) para realizar o cadastramento das torcidas organizadas no País. Oito meses após a assinatura do convênio milionário, e mais de quatro meses depois da liberação do dinheiro, o cadastramento ainda não saiu do papel, conforme revelou reportagem do jornal O Estado de S. Paulo publicada ontem.
Em nota divulgada ontem à noite, depois das cobranças por explicações feitas pela Controladoria-Geral da União (CGU) e políticos da oposição, a assessoria do ministro Orlando Silva informou que convocara para hoje reunião com a entidade dirigida por cartolas. A reunião se destina a "examinar com a entidade a continuidade do convênio e as condições da sua execução".
Em entrevista ao Estado, o presidente do Sindicato, Mustafá Contursi, informou que a entidade ainda analisa a capacidade operacional do cadastramento. O próprio sindicato havia atestado sua capacidade para tocar o convênio, questão posta em dúvida por parecer jurídico do ministério, datado de 14 de dezembro, duas semanas antes do fechamento do contrato.
A capacidade técnica e operacional da entidade foi avalizada pelo então assessor especial de futebol e atual Secretário Nacional de Futebol, Alcino Reis. O sindicato seria, segundo ele, o "parceiro ideal" para o cadastramento dos cerca de 500 mil torcedores até março de 2012.
Embora esse cadastramento não tenha saído do papel, e se limite atualmente a um "teste" da proposta em Curitiba, por técnicos não contratados, o Ministério do Esporte nega, em nota, que o projeto seja "fantasma". O ministério também nega relação do projeto com a Copa do Mundo. Mas é um documento assinado por Alcino Reis que faz essa relação. "O projeto traz em seu contexto que é preciso aproveitar a mobilização nacional para mudar o ambiente social, a cultura e o comportamento que existe em torno do futebol como uma ação de preparação do Brasil para a Copa do Mundo Fifa 2014", diz o texto.
Na nota, o ministério afirma ainda que o contrato não consta da matriz de responsabilidade, documento que reúne obras da Copa do Mundo, contrariando a versão do próprio secretário.
Federação Paulista
A Federação Paulista de Futebol (FPF) faz há cinco anos, no Estado de São Paulo, o mesmo tipo de cadastramento de membros de torcida organizada que o Sindicato das Associações de Futebol (Sindafebol) avalia se terá condições de fazer. A FPF é associada ao Sindafebol, que recebeu R$ 6,2 milhões de um convênio com o Ministério do Esporte, mas não entregou o serviço.
Segundo o presidente da federação, Marco Polo del Nero, em função de um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) assinado em setembro de 2006 com o Ministério Público, a FPF já cadastrou 45 mil torcedores - o Ministério do Esporte participou da assinatura e do acompanhamento do TAC. Del Nero informou que a entidade gastou R$ 900 mil ao longo dos cinco anos. O processo, de acordo com ele, é bastante elementar. "É tão simples, né? É um software e alguém cadastrando esses torcedores." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.