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Especialistas alertam para doenças provocadas pelo contato com óleo

Exposição ao óleo pode desencadear doenças respiratórias e da pele; em casos extremos, pode gerar alterações neurológicas e até leucemia

Óleo: voluntários estão retirando toneladas do produto das praias, mas nem sempre com a proteção adequada (Teresa Maia/Reuters)

Óleo: voluntários estão retirando toneladas do produto das praias, mas nem sempre com a proteção adequada (Teresa Maia/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 22 de outubro de 2019 às 11h38.

Recife — Enquanto as manchas de óleo avançam pelas praias do Nordeste, grupos de voluntários se organizam para ajudar na remoção do poluente, que fica impregnado na areia e nos corais. Nos mutirões, os grupos conseguem recolher grandes porções do material.

Especialistas afirmam que o óleo pode desencadear doenças respiratórias e da pele, mas seria necessária exposição prolongada para levar a problemas mais graves.

"Petróleos que possuem mais benzeno em sua composição podem, em casos mais graves, provocar alterações neurológicas e até leucemia", diz o médico toxicologista Anthony Wong, diretor do Centro de Assistência Toxicológica da Universidade de São Paulo (USP).

A inalação dos gases liberados com a vaporização do petróleo pode levar a doenças respiratórias, como bronquite e asma. É recomendável que banhistas se mantenham longe do mar e, em caso de contato, lavem imediatamente com água e sabão.

Em Pernambuco, os grupos têm recebido orientação da organização Xô Plástico para se protegerem totalmente com luvas e botas e evitar ao máximo entrar em contato com o óleo. Além da Xô Plástico, organizações como PE Lixo, Recife sem Lixo e Salve Maracaípe recrutam voluntários.

A recomendação dos órgãos públicos é para uso de luva e bota de borracha, além de máscara e calça comprida. Apesar disso, muitos trabalham sem a segurança necessária.

"Tem gente que se melou toda de óleo", conta a estudante de Educação Física Louise Foster, que faz limpeza voluntária na Praia de Itapuama, no Cabo de Santo Agostinho.

Já o secretário de Meio Ambiente e Sustentabilidade de Pernambuco, José Bertotti, afirma que o tamanho do desastre dificulta a distribuição de kits de proteção a todos. "A gente conseguiu material de doação de empresas e a Defesa Civil fez distribuição."

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