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Escritor argentino considera prisão de Lula "trágica" para o Brasil

Patricio Pron, que lança livro no país, participa de debate sobre literatura e ditadura nesta quarta (11), no Instituto Cervantes do RJ

Lula: prisão do ex-presidente brasileiro movimentou representantes da esquerda internacionalmente (Ricardo Moraes/Reuters)
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EFE

Publicado em 11 de abril de 2018 às 16h52.

O escritor argentino Patricio Pron afirmou nesta quarta-feira no Rio de Janeiro que a prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva é um acontecimento político "trágico" para o Brasil.

A prisão de Lula, ocorrida no sábado passado para cumprir uma condenação de 12 anos e um mês por corrupção passiva e lavagem de dinheiro, sacudiu a esquerda internacional e provocou reações como a do ativista argentino Adolfo Pérez Esquivel, que pediu o Prêmio Nobel da Paz para o líder do PT.

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Uma iniciativa que Pron respaldou "não só pela integridade e a dignidade" de Pérez Esquivel, também agraciado com o Nobel da Paz em 1980, mas para que "pudéssemos garantir (a Lula) um dos direitos fundamentais mais importantes, o da presunção de inocência", disse o escritor em entrevista à Agência Efe.

Patricio Pron, que há 25 anos não visitava o Brasil, passará por várias cidades do país para promover "O Espírito dos Meus Pais Continua a Subir na Chuva", seu romance mais famoso e o primeiro da sua autoria que chega ao país.

O escritor e jornalista, que participará hoje em um debate sobre "Literatura e ditadura" no Instituto Cervantes do Rio de Janeiro, indaga nesta obra de "autoficção" sobre os desaparecidos durante o regime militar argentino (1976-1983), o período mais obscuro da história recente do país.

"O livro encontra os leitores brasileiros em um momento singular pelo que está acontecendo com Lula. É um acontecimento político que incide necessariamente na cultura política do país", acrescentou o escritor, natural de Rosário e estabelecido na Espanha.

A importância da história para não esquecer, para não repetir e sobretudo para forjar, é o eixo da obra de Pron, agraciado com o prêmio Juan Rulfo em 2004.

"Os meus livros têm como tema privilegiado a nossa relação com o passado. Tenho a convicção de que o passado não terminou, mas projeta suas sombras sobre o presente e molda o que desejamos ser", completou.

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