Escolha de relator ajudará a mudar votos do PSDB, diz deputado
O deputado acredita que Bonifácio de Andrada consiga convencer seu partido, em especial a ala jovem - os "cabeças pretas" - da nulidade do pedido da PGR
Estadão Conteúdo
Publicado em 28 de setembro de 2017 às 19h34.
Brasília - O vice-líder do governo na Câmara, Beto Mansur (PRB-SP), elogiou a escolha de Bonifácio de Andrada (PSDB-MG) para relatar a denúncia contra o presidente Michel Temer e seus ministros Eliseu Padilha (Casa Civil) e Moreira Franco (Secretaria Geral da Presidência).
Mansur acredita que o decano poderá convencer seu partido, em especial a ala jovem - os conhecidos "cabeças pretas" - da "nulidade" do pedido da Procuradoria Geral da República (PGR) .
"Nada melhor que seja alguém do PSDB, que vai convencer seus pares de que é importante votar contra a denúncia porque ela é inócua", disse Mansur. O vice-líder informou que a defesa de Temer deve ser entregue na próxima quarta-feira, 4.
Mansur destacou o "profundo" saber jurídico do tucano. "Pela experiência do Bonifácio, a Casa vai estar muito bem servida", comentou.
Suplente, Bonifácio não votou na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) na primeira denúncia, mas no plenário foi a favor do arquivamento do pedido da PGR.
O deputado, que pertence ao grupo político ligado ao senador Aécio Neves (PSDB-MG), ficou entre os apelos do líder da bancada, Ricardo Tripoli (SP), para que nenhum tucano fosse indicado pelo presidente da CCJ, Rodrigo Pacheco (PMDB-MG), e o convite do peemedebista.
Tripoli queria poupar a sigla de um novo desgaste na votação da segunda denúncia contra Temer.
Na primeira denúncia, que foi enterrada em agosto, o relatório que livrou o presidente da República veio do deputado Paulo Abi-Ackel (PSDB-MG) e a bancada votou dividida.
Nos corredores do Congresso, fala-se que a indicação de Bonifácio faz parte de uma operação casada para salvar o mandato de Aécio e sepultar a nova denúncia.