Escola fechada pelo coronavírus (Adriano Machado/Reuters)
Carolina Riveira
Publicado em 17 de setembro de 2020 às 13h26.
Última atualização em 17 de setembro de 2020 às 17h27.
As aulas presenciais na cidade de São Paulo voltam de maneira parcial a partir do dia 7 de outubro. O anúncio foi feito pelo prefeito Bruno Covas (PSDB) em entrevista coletiva nesta quinta-feira, 17. A retomada total está prevista para o dia 3 de novembro, mas a prefeitura não descartou que só ocorra em 2021.
"Até agora a cidade abriu um processo de flexibilização, sem precisar retroceder. Vamos avaliar se iremos manter esta mesma linha. Ainda vamos decidir o que fazer a partir de novembro", disse Bruno Covas.
A reabertura vale para as redes municipal, estadual e privada de ensino que estão na capital paulista. As atividades que podem funcionar em outubro são aquelas extracurriculares, como reforço, música e línguas estrangeiras. As instituições de ensino superior podem voltar com as atividades a partir de outubro.
Não há obrigatoriedade no retorno e pais que não se sentirem seguros também não precisam mandar os filhos. Os protocolos de segurança (leia abaixo) vão seguir os já estabelecidos pelo estado, com 35% da capacidade, uso de máscara obrigatório e disponibilização de álcool em gel.
Apesar de o governo do estado ter dado o aval para a retomada das atividades desde o dia 8 de setembro, a prefeitura preferiu esperar o resultado da última etapa de um inquérito sorológico que identificou quantas crianças e jovens já tiveram a covid-19 na cidade.
De acordo com dados divulgados pela prefeitura, 244.242 crianças da cidade de São Paulo foram infectadas pelo coronavírus. Isso representa 16,5% do total de estudantes de toda a rede de ensino, com um total de 1.480.257.
"É importante ressaltar que é muito grande a preocupação da prefeitura com a contaminação, por causa dos estudos apresentados. A proporção de assintomáticos é de 70%, com possibilidade e o receio de uma segunda onda que volte de maneira grande", avaliou Covas.
O adiamento para o ano que vem tem sido muito criticado por especialistas, que enumeram os danos às crianças e adolescentes da falta da escola, principalmente os mais vulneráveis. O Brasil segundo organismos internacionais, é um dos países com mais tempo de escolas fechadas do mundo por causa da pandemia de coronavírus.
Além de temer a contaminação de professores e alunos, Covas também tem se preocupado com a opinião pública com relação à volta às aulas, já que é candidato à reeleição em novembro. Em pesquisas nos últimos meses, cerca de 70% da população dizia ser contra o retorno. Há ainda a batalha com os sindicatos de professores e diretores, que ameaçam greve caso as aulas voltem. Eles pediam que as escolas fossem abertas somente em 2021.
(Com Estadão Conteúdo)