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Ernesto Araújo demite presidente da Apex-Brasil

Mário Vilalva classificou sua exoneração como "golpe" e afirmou que o chanceler ofereceu ofertas no exterior para que ele deixasse o cargo

Vilalva-Bolsonaro-Araújo: presidente da Apex é o segundo demitido do cargo na nova gestão (Jair Bolsonaro/Redes Sociais/Divulgação)
EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 9 de abril de 2019 às 17h41.

Brasília - O Itamaraty informou na tarde desta terça-feira, 9, por meio de nota, que o presidente da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil) , Mário Vilalva, foi exonerado do cargo. Na nota, o ministro das Relações Exteriores, embaixador Ernesto Araújo , anuncia a exoneração que diz fazer parte "do processo de dinamização e modernização do sistema de promoção comercial brasileiro". A nota não informa quem será o novo presidente da Apex.

A saída de Vilalva é uma vitória de Ernesto Araújo em uma disputa travada com militares por poder na Apex-Brasil. Com a exoneração, Vilalva é o segundo presidente da Apex demitido pelo governo Jair Bolsonaro . O primeiro foi Alexandre Carreiro, demitido ainda em janeiro, depois de entrar em conflito com diretores indicados por Araújo.

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Em entrevista ontem ao Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado, Vilalva classificou como "golpe" a mudança no estatuto do órgão feita pelo ministro Ernesto Araújo, que retirou poderes do presidente da agência e ampliou força de diretores.

"Realmente não compreendo, esse tipo de postura por parte do ministro (Ernesto Araújo), esse tipo de atitude que eu considero mais um golpe, de fazer na calada da noite uma modificação profunda no estatuto para me tirar poderes e dar esse poder para pessoas que não estão preparadas", disse ao Broadcast ontem.

Segundo ele, Araújo chegou a oferecer-lhe "postos maravilhosos no exterior" para que deixasse o cargo. "Eu não estou à venda, não estou aqui para amanhã ser comprado", disse.

A crise começou após Vilalva baixar uma portaria em que retirou dos diretores de Negócios, Letícia Catelani, e de Gestão, Márcio Coimbra, ambos indicados por Araújo, o poder de nomear e demitir funcionários. A portaria seria uma retaliação ao fato de Catelani e Coimbra terem se negado a assinar um contrato da agência com uma empresa citada na Lava Jato. Vilalva nega essa versão. Segundo ele, a portaria foi feita após ele "perceber que havia um certo relaxamento em relação a contratação de pessoas".

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