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Equipe de Dilma se compromete com políticas de Lula

No anúncio da nova equipe econômica, Guido Mantega defende corte de gastos e crescimento acima dos 5%

Guido Mantega, Miriam Belchior e Alexandre Tombini são anunciados como primeiros membros do governo Dilma (Fabio Rodrigues Pozzebom/AGÊNCIA BRASIL)

Guido Mantega, Miriam Belchior e Alexandre Tombini são anunciados como primeiros membros do governo Dilma (Fabio Rodrigues Pozzebom/AGÊNCIA BRASIL)

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Da Redação

Publicado em 24 de novembro de 2010 às 17h18.

Brasília .- Os membros da futura equipe econômica da presidente eleita, Dilma Rousseff, se comprometeram nesta quarta-feira com a "continuidade" e o "aprofundamento" das políticas aplicadas desde 2003 pelo Governo de Luiz Inácio Lula da Silva.

Dilma confirmou nesta quarta-feira, mediante nota oficial, que Guido Mantega continuará como ministro da Fazenda, cargo que ocupa desde 2006, e nomeou o economista Alexandre Tombini como novo presidente do Banco Central e a engenheira Miriam Balchior como futura ministra de Planejamento.

Os três primeiros membros do Gabinete que acompanharão Dilma a partir do dia 1º de janeiro, quando ela será investida presidente, compareceram à imprensa e manifestaram sua convicção que as linhas mestras das políticas de Lula devem ser mantidas, mas com "mais crescimento" e "mais redução das desigualdades" como metas.

Segundo Mantega, a primeira missão para o novo mandato à qual foi incumbido o Ministério da Fazenda é superar a média de 5% anual de crescimento da economia nos últimos anos.

O ministro sustentou que esse crescimento deverá ser "de qualidade", com um "aumento dos investimentos públicos e privados" e, sobretudo, com um "fortalecimento do mercado interno" e uma maior geração de empregos, a fim de contribuir com o objetivo de "erradicação da miséria" traçado pela presidente eleita.

Mantega indicou que o crescimento econômico só será sustentável sem desequilíbrios macroeconômicos, sem gerar dívida nem inflação e com a "solidez fiscal" como "base fundamental" para o desenvolvimento.

Ele também antecipou que outra meta da política econômica será reduzir a dívida pública, situada em torno de 41% do Produto Interno Bruto (PIB), para levá-la a aproximadamente 30%.

Em relação à inflação, que nas últimas semanas deu sinais de reaquecimento, Mantega indicou que será mantida a meta de 4,5% traçada pelo Governo Lula para os anos 2011 e 2012.

O ministro explicou que os objetivos imediatos para 2011 serão o fomento da poupança pública e a contenção da despesa, que o Governo se viu obrigado a aumentar desde 2008 para fazer frente ao impacto da crise financeira internacional. Para ele, 2011 será o ano da consolidação fiscal.


Apesar de seu otimismo, Mantega advertiu que essa "consolidação fiscal correrá riscos" se forem aprovadas iniciativas que tramitam no Congresso e propõem fortes aumentos salariais para o setor público, aposentados e outros setores que dependem do Estado.

Ele pediu a todos os poderes que contribuam com um esforço comum de contenção de despesas, a fim de não ameaçar a estabilidade das contas públicas.

Entre os riscos para 2011, o ministro também citou a recorrência da crise financeira nos países mais ricos, diante da qual afirmou que o Governo Dilma não permitirá que a concorrência desleal ou a manipulação do câmbio prejudiquem a economia e as exportações do país.

Alexandre Tombini, designado para substituir Henrique Meirelles à frente do Banco Central, explicou que, com mais de uma década de experiência na instituição, participou de todas as decisões tomadas nos últimos oito anos, com as quais tem um "firme compromisso".

Segundo ele, Dilma lhe garantiu que o Banco Central terá "uma autonomia operacional total", embora ajustada à "obtenção dos objetivos definidos pelo Governo".

A nomeação de Tombini ainda terá de ser ratificada pelo Congresso, mas ele já garantiu a manutenção dos atuais regimes de câmbio flutuante e de metas de inflação.

Miriam Belchior, a primeira mulher anunciada para o Gabinete de Dilma, explicou que as prioridades na área de Planejamento serão a busca de uma melhor qualidade dos gastos públicos e de uma melhor ação de Governo, a fim de que o crescimento econômico sirva para fechar as brechas sociais que persistem no país.

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