Entressafra reduz nível de vagas formais na agropecuária
Apesar do aumento geral, agricultura perdeu mais de 11 mil postos de trabalho em agosto
Da Redação
Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h47.
Brasília - A agropecuária foi o único setor que teve mais demissões do que contratações formais em agosto. Na área rural, o saldo líquido foi negativo de 11.259 postos de trabalho em relação ao mês anterior.
De acordo com o ministro do Trabalho, Carlos Lupi, o resultado reflete a sazonalidade da atividade, que está em entressafra, principalmente na região Centro-Sul do País. "A queda já era esperada", afirmou. Os números são do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) de agosto, divulgados hoje.
Pelos cálculos do ministro, o saldo dos empregos formais agrícolas continuará negativo ou muito baixo também nos meses de setembro, outubro e novembro por conta do efeito sazonal. O setor de cana-de-açúcar apresentou criação líquida de 2.539 postos de trabalho em agosto, mas o café perdeu 22.111 vagas no mesmo período. "A cana não compensa as perdas dos Estados produtores de café", comparou Lupi.
A agricultura foi responsável pela redução de 16.230 postos em Minas Gerais; 2.684, em São Paulo, e de 2.303 postos na Bahia - são Estados que cultivam café. Em Pernambuco e na Paraíba, o incremento no mês passado foi de 2.354 e de 2.342 vagas, respectivamente. "A produção sucroalcooleira e alimentícia, que estão ligadas, devem continuar assim e manter a tendência de queda em setembro, outubro e novembro", estimou Lupi.
Construção civil
O ministro Carlos Lupi enfatizou o desempenho positivo do setor da construção civil na criação de empregos com carteira assinada. "A construção civil há meses está batendo recordes, um atrás do outro. Não é tão grande a criação (nominal) de vagas no setor, mas porcentualmente é um bom resultado", considerou.
Pelos dados do Caged, a construção civil apresentou elevação de 40.138 empregos no mês de agosto, com crescimento de 1,59% em relação ao estoque de emprego do mês anterior. No geral de todos os setores, o aumento foi de 0,86%. "Temos sete meses seguidos de recorde e a uma taxa que é o dobro da taxa média", enfatizou Lupi.
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