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Entidades do setor produtivo criticam alta de impostos

A CNI, Fiesp e Firjan declararam que a medida atrasará a recuperação da economia e que o governo deveria ter buscado outras formas de equilibrar as contas

Indústria: "O caminho correto é cortar gastos, aumentar a eficiência e reduzir o desperdício", diz a Fiesp (Paulo Whitaker/Reuters)
AB

Agência Brasil

Publicado em 20 de julho de 2017 às 20h08.

As entidades do setor produtivo criticaram o aumento de tributos sobre os combustíveis, anunciado hoje (20) pelo governo.

Por meio de notas oficiais, a Confederação Nacional da Indústria ( CNI ), a Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan) e do Estado de São Paulo ( Fiesp ) informaram que a medida atrasará a recuperação da economia e que o governo deveria ter buscado outras formas de equilibrar as contas públicas e garantir o cumprimento da meta fiscal para este ano.

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"Ministro [da Fazenda, Henrique Meirelles], aumentar imposto não vai resolver a crise; pelo contrário, irá agravá-la bem no momento em que a atividade econômica já dá sinais de retomada, com impactos positivos na arrecadação em junho. Aumento de imposto recai sobre a sociedade, que já está sufocada, com 14 milhões de desempregados, falta de crédito e sem condições gerais de consumo", destacou o presidente da Fiesp, Paulo Skaf, em nota publicada na página da entidade na internet.

De acordo com Skaf, o governo deveria concentrar-se no corte de gastos e na melhoria da gestão do Estado, em vez de aumentar tributos.

"Todos sabem que o caminho correto é cortar gastos, aumentar a eficiência e reduzir o desperdício", disse. Ele acrescentou que a posição da Fiesp contrária à alta de tributos é apartidária e não depende de governos.

A sugestão da Fiesp é parecida com a da CNI. Em nota, o presidente da confederação, Robson Braga de Andrade, ressaltou que a medida provoca prejuízos tanto para o consumidor como para as empresas.

"A elevação dos tributos drena recursos do setor privado para o setor público. Provoca o aumento dos custos das empresas e reduz o poder de compra das famílias, o que prejudica o crescimento da economia", comentou.

Para a CNI, o equilíbrio das contas públicas deve ser perseguido pela contenção dos gastos, em vez do aumento dos impostos.

A entidade recomendou a aceleração das reformas estruturais, principalmente a da Previdência Social, para melhorar o ambiente de negócios e buscar o ajuste fiscal no longo prazo.

Segundo a CNI, somente as reformas restabelecerão a confiança dos empresários e dos consumidores e farão a economia recuperar-se.

No mesmo tom, a Firjan defendeu em nota que "a saída para a crise fiscal não passa por mais aumento de impostos, mas na adequação dos gastos públicos ao novo cenário econômico e na urgência da aprovação da reforma da Previdência", disse em nota.

A entidade destacou que no estado do Rio de Janeiro será atingido um novo recorde de fechamento de empresas em 2017 e que não é o momento de onerar o custo do transporte e da produção para as indústrias.

Para a Firjan, o aumento de tributos pode resultar em queda "e não em aumento da arrecadação, simplesmente porque o próprio fisco está expulsando os contribuintes da base de arrecadação tributária".

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