Engenheiro diz que passarela não estava bem afixada
Profissional diz que sem falha o impacto da caçamba do caminhão sobre a estrutura metálica não seria suficiente para derrubá-la na pista
Da Redação
Publicado em 29 de janeiro de 2014 às 19h44.
Rio - O engenheiro Jacques Sherique, à frente da comissão do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Rio (Crea-RJ) que investigará o acidente na Linha Amarela, na capital fluminense, afirma acreditar que a passarela não estava bem afixada sobre os pilares de sustentação. Sherique disse que sem essa falha o impacto da caçamba do caminhão sobre a estrutura metálica não seria suficiente para derrubá-la na pista.
"A passarela não estava bem ancorada nos pilares, e, por isso, eles não serviram para nada", disse. "A parte central estava simplesmente apoiada sobre as cabeças dos pilares. Provavelmente, o projeto considerou que o peso da passarela seria suficiente para mantê-la firme porque não previu que uma caçamba poderia bater ali. Outras passarelas estão arranhadas pelo contato de veículos." A comissão do Crea investigará se foi um erro de execução do projeto ou se este foi mal formulado.
De acordo com relatos de moradores, não raro caminhões tentam forçar a passagem sob as passarelas da Linha Amarela. Na mesma passarela do acidente, já foram registradas batidas sem gravidade - que, supostamente, não teriam causado abalo estrutural. Houve também casos em que foi preciso esvaziar os pneus do caminhão para que se diminuísse a altura da parte traseira e o motorista seguisse o trajeto.
Especialistas ouvidos pela reportagem consideram ser muito difícil que o motorista do caminhão, Luiz Fernando Costa, da empresa Arco da Aliança, não soubesse que a caçamba estava suspensa. Com 20 anos de experiência em montagem de caçambas, o engenheiro Ricardo Finizola vê essa possibilidade como muito remota. Finizola é gerente industrial da empresa Rio Truck, que instala caçambas, baús e betoneiras em caminhões e há três anos tem como cliente a Arco da Aliança - a empresa afirmou que não colocou a caçamba que provocou o acidente.
"Tudo aponta para falha humana. A caçamba não foi feita para andar levantada. Muda a aerodinâmica do caminhão. O motorista só não nota se estiver muito distraído mesmo, por exemplo, no celular", disse. O engenheiro afirmou que a caçamba é erguida quando se pisa na embreagem e se aciona a tomada de força, dispositivo acoplado à caixa de marcha, que, por sua vez, move a bomba hidráulica do caminhão. Se por um equívoco do motorista o veículo anda com a tomada de força ligada, existe uma possibilidade de a caçamba se levantar conforme o veículo ganha velocidade. "Os equipamentos mais modernos têm um comando que desligam a tomada e a bomba ao mesmo tempo e contam com uma sirene na cabine, que toca se a caçamba levantar."
Rio - O engenheiro Jacques Sherique, à frente da comissão do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Rio (Crea-RJ) que investigará o acidente na Linha Amarela, na capital fluminense, afirma acreditar que a passarela não estava bem afixada sobre os pilares de sustentação. Sherique disse que sem essa falha o impacto da caçamba do caminhão sobre a estrutura metálica não seria suficiente para derrubá-la na pista.
"A passarela não estava bem ancorada nos pilares, e, por isso, eles não serviram para nada", disse. "A parte central estava simplesmente apoiada sobre as cabeças dos pilares. Provavelmente, o projeto considerou que o peso da passarela seria suficiente para mantê-la firme porque não previu que uma caçamba poderia bater ali. Outras passarelas estão arranhadas pelo contato de veículos." A comissão do Crea investigará se foi um erro de execução do projeto ou se este foi mal formulado.
De acordo com relatos de moradores, não raro caminhões tentam forçar a passagem sob as passarelas da Linha Amarela. Na mesma passarela do acidente, já foram registradas batidas sem gravidade - que, supostamente, não teriam causado abalo estrutural. Houve também casos em que foi preciso esvaziar os pneus do caminhão para que se diminuísse a altura da parte traseira e o motorista seguisse o trajeto.
Especialistas ouvidos pela reportagem consideram ser muito difícil que o motorista do caminhão, Luiz Fernando Costa, da empresa Arco da Aliança, não soubesse que a caçamba estava suspensa. Com 20 anos de experiência em montagem de caçambas, o engenheiro Ricardo Finizola vê essa possibilidade como muito remota. Finizola é gerente industrial da empresa Rio Truck, que instala caçambas, baús e betoneiras em caminhões e há três anos tem como cliente a Arco da Aliança - a empresa afirmou que não colocou a caçamba que provocou o acidente.
"Tudo aponta para falha humana. A caçamba não foi feita para andar levantada. Muda a aerodinâmica do caminhão. O motorista só não nota se estiver muito distraído mesmo, por exemplo, no celular", disse. O engenheiro afirmou que a caçamba é erguida quando se pisa na embreagem e se aciona a tomada de força, dispositivo acoplado à caixa de marcha, que, por sua vez, move a bomba hidráulica do caminhão. Se por um equívoco do motorista o veículo anda com a tomada de força ligada, existe uma possibilidade de a caçamba se levantar conforme o veículo ganha velocidade. "Os equipamentos mais modernos têm um comando que desligam a tomada e a bomba ao mesmo tempo e contam com uma sirene na cabine, que toca se a caçamba levantar."