Brasil

Empresas japonesas temem falta de peças no Brasil

Maioria das empresas calcula ter estoques para manter a produção por dois a três meses

Mesmo com a crise, a Toyota do Brasil manteve para a próxima terça-feira evento com a imprensa brasileira de apresentação do novo Corolla (Getty Images)

Mesmo com a crise, a Toyota do Brasil manteve para a próxima terça-feira evento com a imprensa brasileira de apresentação do novo Corolla (Getty Images)

DR

Da Redação

Publicado em 16 de março de 2011 às 08h56.

São Paulo - Empresas de capital japonês que operam no Brasil, muitas delas dependentes de peças e insumos fornecidos pelas matrizes, ainda não conseguem avaliar o impacto da tragédia no Japão nos negócios locais, mas algumas já temem por dificuldades na produção. A Panasonic afirma que "os danos poderão ter algum efeito na produção de Manaus nos próximos meses, uma vez que muitos materiais utilizados vêm do Japão, especialmente para câmeras digitais, rádios para carros e TVs de plasma e LCD". No entanto, acrescenta, é necessário mais tempo para analisar o impacto.

A maioria das empresas calcula ter estoques para manter a produção por dois a três meses, casos por exemplo das montadoras Honda (que recebe da matriz câmbio automático) e Toyota (motor e câmbio). A Toyota do Brasil manteve para a próxima terça-feira evento com a imprensa brasileira de apresentação do novo Corolla.

Segundo Mauricio Loureiro, presidente do Centro das Indústrias do Amazonas, as partes mais afetadas no Japão não comprometeram no todo as operações de negócios, pois há empresas que operam em outras áreas que não sofreram tanto com o terremoto. "Pelo que temos de informações algumas empresas suspenderam as operações, mas voltarão a operar em breve." Ele lembra que empresas como a Sony não sofreram maiores danos "e é pouco provável que sofram algum revés, pois podem se abastecer de fábricas em outros países, como China e Malásia".

Para consultores, qualquer diagnóstico neste momento envolve mais preocupação do que realidade. "O pânico nos mercados financeiros teve mais a ver com o temor do vazamento nuclear do que com o terremoto", ressalta Marcelo Pereira, gestor da Tag Investimentos. Segundo ele, ninguém, nem o governo local, sabe o tamanho do problema e isso causa apreensão no mercado mundial. "O momento agora é de calma", avisa. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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