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Empresários do Nordeste pedem reformas a Temer

Na semana passada, Temer fez uma série de reuniões e um evento com 800 empresários da construção civil para demonstrar o apoio ao seu governo


	Temer: "as principais demandas são com o término da BR-222, no Ceará, uma linha de transmissão e a questão da transposição do Rio São Francisco", exemplificou
 (Valter Campanato/Agência Brasil)

Temer: "as principais demandas são com o término da BR-222, no Ceará, uma linha de transmissão e a questão da transposição do Rio São Francisco", exemplificou (Valter Campanato/Agência Brasil)

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Da Redação

Publicado em 16 de agosto de 2016 às 13h08.

Brasília - A duas semanas do fim do processo de impeachment e em mais uma tentativa de aproximação com a classe empresarial para angariar apoio para a retomada da economia, o presidente em exercício, Michel Temer, abriu nesta manhã a agenda para receber cerca de 30 membros do Conselho Nacional do Sesi e representantes das indústrias da Bahia, Ceará, Piauí e Rio Grande do Norte.

Na semana passada, Temer fez uma série de reuniões e um evento com 800 empresários da construção civil para demonstrar o apoio ao seu governo.

Na reunião desta terça-feira, 16, o presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Robson de Andrade, afirmou que os empresários trouxeram algumas demandas relacionadas à infraestrutura e destacaram a importância das reformas trabalhista e previdenciária.

"As principais demandas são com o término da BR-222, no Ceará, uma linha de transmissão, uma vez que o Nordeste possui hoje grande capacidade de energia renovável e faltam linhas, e a questão da transposição do Rio São Francisco", exemplificou.

Andrade disse ainda que os empresários apresentaram uma pauta de desestatizações que consideram importantes como a concessão do aeroporto do Ceará e a privatização da Companhia de energia elétrica do Piauí.

O governo estudava apresentar a lista de empresas que seriam privatizadas no próximo dia 25, mas como a data coincide com o início da votação do impeachment, Temer decidiu adiar o anúncio.

Na parte das cobranças relacionadas às reformas, Andrade afirmou que os representantes das indústrias demonstraram insegurança com a situação previdenciária e defenderam o fortalecimento dos acordos sindicais e a terceirização.

"Essas foram as duas principais questões, além da NR 12, que é uma constante nas nossas preocupações", afirmou, referindo-se à norma que disciplina instruções de segurança no manuseio de máquinas e equipamentos durante a jornada de trabalho.

Câmbio

Andrade voltou a criticar a tendência recente de valorização do real ante o dólar, que acaba tornando os produtos brasileiros mais caros para os estrangeiros.

"A indústria tem voltado seus objetivos para a exportação e o comércio internacional. Câmbio não é algo pontual, tem que ser estratégia de desenvolvimento. Tem que ter previsibilidade", disse o dirigente.

Segundo ele, a indústria precisa de um patamar de câmbio adequado, ou então, de um "mecanismo de compensação".

O presidente da CNI afirmou que Temer "entende" que o comércio internacional é fundamental para o Brasil, mas não detalhou se o presidente em exercício sinalizou com algum tipo de compensação. Como positivo, Andrade ressaltou a retomada da confiança.

O presidente do Conselho Nacional do Sesi, João Henrique de Almeida Sousa, engrossou o coro de que a confiança está em franca ascensão no País.

Mas destacou que essa retomada se intensificará quando o processo de impeachment da presidente afastada, Dilma Rousseff, for concluído.

"Eu acredito que o empresário voltará a investir, não só o empresariado nacional mas o internacional, quando estiver definida a questão do impedimento", disse Sousa.

"Ficou claro pela fala dos empresários que, se hoje já temos sinal de recuperação, isso se tornará mais evidente quando o presidente tiver exercício pleno do cargo", acrescentou o dirigente do Sesi, para quem o fundo do poço já ficou para trás.

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