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Empreiteiro confirma pagamento de R$ 8 milhões a Youssef

O empreiteiro contou que os pagamentos parcelados foram feitos em contratos frios firmados com as empresas de fachada GFD


	Alberto Youssef: o empreiteiro classificou o pagamento ao doleiro como uma extorsão
 (Rodolfo Buhrer/Reuters)

Alberto Youssef: o empreiteiro classificou o pagamento ao doleiro como uma extorsão (Rodolfo Buhrer/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 13 de maio de 2015 às 13h46.

Curitiba - O ex-vice-presidente da Mendes Júnior Sérgio Cunha Mendes afirmou em seu interrogatório na Justiça Federal do Paraná, base das investigações da Operação Lava Jato, que a empresa pagou R$ 8 milhões ao doleiro Alberto Youssef.

O empreiteiro contou que os pagamentos parcelados foram feitos em contratos frios firmados com as empresas de fachada GFD Investimentos e Empreiteira Rigidez, controladas pelo doleiro.

O empreiteiro classificou o pagamento como uma extorsão, em depoimento na última segunda-feira, 11. Ele afirmou não saber o critério do cálculo do valor que o doleiro pediu de propina.

"Era um valor que ele colocou, R$ 8 milhões e alguma coisa, e foi pago relativo aos aditivos a serem aprovados, da Replan e do TABR", afirmou.

Segundo Sérgio Cunha Mendes, o dinheiro foi pedido por Youssef, personagem central da Lava Jato, durante uma reunião na sede da Mendes Júnior de São Paulo.

O doleiro teria entrado em contato com ele após um pedido do ex-diretor de Abastecimento da Petrobrás Paulo Roberto Costa para que 'atendesse a um telefonema de Alberto Youssef'.

"Nesta relação que nós temos com a Petrobrás, foi feito um pagamento em cima de um pedido, mas mais que um pedido, uma espécie de pressão, para que nós pagássemos em cima de um aditivo que nós tínhamos na Petrobrás", declarou Sérgio Mendes.

"Isso aconteceu em 2011 e foi feito em cima disso, em função até das nossas necessidades, esse pagamento em torno de R$ 8 milhões. A empresa, realmente, estava em uma situação financeira muito apertada, devendo a muitos fornecedores, nós não temos há muitos anos crédito com banco público por causa das pendências que temos com o próprio governo. Estamos impossibilitados de… Caixa, Banco do Brasil, BNDES, a gente não opera há muitos anos. Realmente, a situação era muito grave para a gente", afirmou.

"Foi colocado que a gente tinha umas pendências, que tinha aprovados desses aditivos e que se a gente não fizesse esse pagamento a gente ia ter alguns problemas tanto para receber quanto para novos projetos para frente, contratos, convites, essas coisas. E era uma exigência, inclusive, ele fez exigências até pesadas, duras. Nós queríamos primeiro antes de tomar qualquer decisão, a gente propôs, vamos ver como é que nós podemos fazer, se é possível. Tínhamos que pedir autorização do dr. Murilo. Levamos ao dr. Murilo e ele ficou muito chocado", disse Sérgio Cunha Mendes.

Ele disse ao juiz federal Sérgio Moro, que conduz as ações da Lava Jato, que desconhece reuniões em que houvesse combinação de licitações da Petrobrás.

O empreiteiro afirmou também que não pagou propina na Diretoria de Serviços da Petrobrás, então comandada por Renato Duque - indicado pelo PT para o cargo, Duque está preso sob suspeita de corrupção e lavagem de dinheiro.

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