Repórter de Brasil e Economia
Publicado em 11 de dezembro de 2024 às 18h22.
Última atualização em 11 de dezembro de 2024 às 18h27.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) será submetido a um novo procedimento médico na quinta-feira, 12, para interromper o fluxo de sangue em uma região de seu cérebro e prevenir novos sangramentos.
Segundo o hospital, o procedimento faz parte do tratamento complementar à cirurgia realizada na terça-feira, 10. Lula passará por uma embolização da artéria meníngea média, uma técnica indicada para evitar o retorno de sangramentos no cérebro.
Em entrevista à imprensa nesta quarta-feira, 11, o médico do presidente, Roberto Kalil Filho, afirmou que o procedimento já estava programado pela equipe médica desde a cirurgia realizada na terça-feira.
“Não houve mudança no quadro [do presidente]. A embolização estava prevista desde o procedimento cirúrgico. Desde o início, já existia essa programação. O que faltava definir era o dia e o horário para realizar o procedimento”, disse Kalil Filho.
A embolização da artéria meníngea média é um procedimento endovascular minimamente invasivo utilizado para tratar sangramentos no cérebro. Geralmente, pacientes que são submetidos à drenagem de hematoma cerebral também realizam esse tipo de intervenção.
O médico de Lula explicou que a embolização deverá durar cerca de uma hora e será realizada em uma sala de cateterismo, sem a necessidade de levar o presidente ao centro cirúrgico. A intervenção apresenta baixo risco e é considerada relativamente simples.
Para realizar a embolização, o paciente precisa de sedação ou anestesia geral. Segundo o Rol de Procedimentos do Ministério da Saúde, a técnica não requer abertura do crânio e é realizada por meio da punção de uma artéria periférica.
A punção é feita na virilha, por onde um cateter será introduzido até o local onde ocorrerá o fechamento (embolização) dos vasinhos que estão vazando sangue. A injeção de contraste permite ao médico visualizar em tempo real a circulação intracraniana e, guiado pela imagem, realizar o tratamento de doenças arteriais e venosas, tanto intra quanto extracranianas.
Na madrugada de terça, Lula passou por uma cirurgia no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo. O procedimento ocorreu sem intercorrências.
Lula foi submetido a uma trepanação, um procedimento cirúrgico que consiste em perfurar o crânio com um trépano, uma espécie de broca neurocirúrgica, para acessar o cérebro ou remover um pedaço do osso.
O termo "craniotomia" foi empregado no primeiro boletim médico para descrever o procedimento do procedimento, mas, durante coletiva à imprensa, o médico explicou que o presidente passou por uma "trepanação".
O petista deu entrada no hospital em Brasília após relatar uma forte dor de cabeça. Exames de imagem indicaram a presença de uma hemorragia intracraniana, o que levou à decisão de transferi-lo para São Paulo ainda na noite de segunda-feira, 9.
O sangramento é resultado de um acidente ocorrido em 19 de outubro, quando Lula escorregou no banheiro do Palácio da Alvorada e bateu a cabeça, levando pontos na ocasião. Este novo sangramento, no entanto, ocorreu quase dois meses após o acidente doméstico.