Brasil

Em um ano, custo do Enem para o governo sobe 29%

A próxima aplicação do exame vai custar ao governo brasileiro R$ 357,67 milhões


	Enem: o aumento no custo é motivado, sobretudo, pela alta de 24% no número de inscritos em relação a 2012
 (Roosewelt Pinheiro/Agência Brasil)

Enem: o aumento no custo é motivado, sobretudo, pela alta de 24% no número de inscritos em relação a 2012 (Roosewelt Pinheiro/Agência Brasil)

DR

Da Redação

Publicado em 21 de agosto de 2013 às 09h50.

São Paulo - O próximo Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) vai custar ao governo brasileiro R$ 357,67 milhões, valor 29% superior ao gasto no ano passado. O aumento no custo é motivado, sobretudo, pela alta de 24% no número de inscritos em relação a 2012. Neste ano, 7,1 milhões de estudantes são esperados para o exame, usado como vestibular pela maioria das instituições federais de ensino superior.

O custo para o governo brasileiro por inscrito será de R$ 49,86 - no ano passado, foi de R$ 47,82, quando 5,7 milhões se inscreveram. O novo valor representa alta de 4%.

O professor Luiz Cláudio Costa, presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas e Educacionais (Inep), órgão do Ministério da Educação (MEC) que organiza o exame, defende que a alta foi menor que a inflação. "Quando cresce o número de inscritos reflete em outros pontos, como a produção gráfica, a distribuição, a questão de segurança.

Procuramos fazer uma boa negociação", diz Costa. "É um processo complexo, mas o aumento de inscritos não pode resultar em aumento linear de custos." Neste ano, o Enem será aplicado em 29 municípios a mais do que no passado, um total de 1.661. Ainda são previstos gastos maiores com corretores de redação, que passaram de 5,6 mil para 8,4 mil, e lacres eletrônicos em 63 mil malotes de provas.

Contrato

O Enem 2013 também será realizado pelo consórcio Cespe/ Cesgranrio, como ocorreu nos últimos anos. Em 2011, o MEC optou pela dispensa de licitação, sob o argumento da complexidade da realização do exame. O contrato prevê organização de um ou mais exames para 10,2 milhões de alunos, o que já foi alcançado.


Apesar de já ter o valor por aluno, o preço global do exame ainda não foi definido. A ideia é que, assim como ocorreu em 2011, seja oficializado um valor para as próximas duas edições. Segundo o Inep, o contrato de prestação de serviço com o consórcio, independentemente do valor, vale até 2015.

O governo sepultou a ideia de transformar o Cespe, que é ligado à Universidade de Brasília (UnB), em uma empresa pública de concursos, uma espécie de "Concursobrás". Nesta terça-feira, 19, decreto da presidência criou o Centro Brasileiro de Pesquisa em Avaliação e Seleção e de Promoção de Eventos (Cebraspe), uma Organização Social.

Segundo o Inep, a medida vai facilitar a contratação e atender os órgãos de controle.

Ano passado, 27,9% dos inscritos faltaram ao exame. A abstenção provocou um prejuízo estimado de R$ 90,4 milhões. O Inep ensaiou algum tipo de punição para os faltosos, mas até agora nada foi definido.

O professor da Universidade Federal da Bahia (UFBA) Cipriano Luckesi, especialista em avaliação, ressalta que, na medida em que o Enem é adotado cada vez mais como vestibular, a abstenção deve cair. "O lado benéfico das avaliações de larga escala é estimular a investir no ensino médio", diz. Além dos R$ 49,86 gastos pelo governo, entram na conta outros R$ 9,40 arrecadados com um pagamento de taxas - o que dá um valor de R$ 59,26. Cerca de 2 milhões pagaram a taxa de inscrição no valor de R$ 35 e o restante ficou isento do exame.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Acompanhe tudo sobre:Educação no BrasilEnemMEC – Ministério da Educação

Mais de Brasil

Queda no desemprego em 2024 é consistente, diz coordenadora do IBGE

Processo de extradição de Oswaldo Eustáquio avança na Espanha

Rodovias concedidas em São Paulo devem receber 3,8 milhões de veículos

Prefeito sanciona lei com nova carga horária para professores e mudança no estatuto do funcionalismo