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Em Salvador, Haddad evita comentar pesquisa Ibope

A pesquisa Ibope aponta que 39% dos eleitores de Lula não votariam no Fernando Haddad, caso ele substitua o líder petista nas eleições

Não estamos trabalhando com essa hipótese (de o ex-prefeito se candidatar no lugar de Lula) neste momento, disse Haddad (Fernando Haddad/Getty Images)

Não estamos trabalhando com essa hipótese (de o ex-prefeito se candidatar no lugar de Lula) neste momento, disse Haddad (Fernando Haddad/Getty Images)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 21 de agosto de 2018 às 15h50.

Salvador - Em visita a Salvador, segunda capital no roteiro da caravana que fará pela região Nordeste, o candidato a vice-presidente da República na chapa do PT, o ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad, evitou comentar a pesquisa Ibope/Estado/TV Globo que apontou que 39% dos eleitores do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva não votariam nele caso venha a substituir o líder petista nas eleições 2018.

"Não estamos trabalhando com essa hipótese (de o ex-prefeito se candidatar no lugar de Lula) neste momento", afirmou Haddad em entrevista coletiva na capital baiana, ao ser questionado pela reportagem. "O presidente Lula está pedindo seu registro, não está pedindo voto para um terceiro. Eu figuro na sua chapa como vice, com muita honra, para levar sua voz ao País todo, que é o que eu estou fazendo, e seu apoio à recondução de governadores como o Rui Costa (PT)", completou.

Na hora da pergunta, porém, o governador da Bahia, Rui Costa, sentado ao lado de Haddad e do ex-ministro Jaques Wagner (PT), postulante ao Senado na chapa local, cochichou que "se 39% não transfere, quer dizer que 61% transfere". O gravador registrou a fala de Costa, que depois foi repetida por Haddad no microfone. "O Rui está aqui me falando que 61% transferiria, mas nem trabalhamos com essa hipótese (de transferência) neste momento", afirmou o ex-prefeito.

A fala de Costa expõe a estratégia do PT de fazer Haddad rodar o País para se tornar mais conhecido, sobretudo na região Nordeste, onde o ex-presidente Lula, mesmo condenado e preso pela Operação Lava Jato, concentra o seu espólio eleitoral. O partido, apesar de negar, trabalha para transferir votos para Haddad.

Em Salvador, o candidato a vice na chapa do PT gravará passagens para o programa eleitoral de TV durante uma caminhada pelas ruas da Liberdade, celeiro petista e berço do bloco afro Ilê Ayiê e outras organizações negras. Ele também fará gravações em estúdio, defendendo o legado de Lula no Nordeste e expondo tanto Rui Costa quanto Jaques Wagner nas imagens.

Segundo o ex-prefeito, o ex-presidente Lula o orientou a fazer as ideias do plano de governo circularem. "A ideia geral é falar como a gente vai resgatar o País. Tem que fazer chegar essa mensagem nos quatro cantos", disse. Haddad voltou a dizer, contudo, que é candidato a vice e ironizou indiretamente, sem citar nomes, o presidenciável do PSDB, o ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin, ao comentar o crescimento de Lula nas pesquisas eleitorais.

"Eu sou candidato a vice-presidente. O presidente Lula é uma liderança de tal tamanho, de tal magnitude, que vem crescendo nas pesquisas. (A última pesquisa) deu um avanço de 5 pontos percentuais a ele. Tem candidato que não tem 5 pontos percentuais. A situação do outro lado é desesperadora, eu diria. O Lula é o voto de preferência dos eleitores, está a 2 ou 3 pontos de ganhar no primeiro turno e tem o melhor plano de governo para tirar o País da crise", afirmou.

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