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Renan diz que Temer "é a única saída que está posta"

O peemedebista disse que qualquer início de governo tem dificuldades, especialmente quando se está diante de um "quadro de imprevisibilidade"


	Renan Calheiros: o peemedebista disse que qualquer início de governo tem dificuldades, especialmente quando se está diante de um "quadro de imprevisibilidade"
 (Ueslei Marcelino / Reuters)

Renan Calheiros: o peemedebista disse que qualquer início de governo tem dificuldades, especialmente quando se está diante de um "quadro de imprevisibilidade" (Ueslei Marcelino / Reuters)

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Da Redação

Publicado em 15 de julho de 2016 às 19h14.

Brasília - Em pronunciamento divulgado pela TV Senado nesta sexta-feira, 15, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), afirmou que o governo do presidente em exercício, Michel Temer, é a "única saída que está posta" para o País.

No balanço das atividades legislativas antes de o Congresso entrar em recesso, Renan fez uma série de acenos e desagravos às críticas feitas à gestão interina de Temer, que completou esta semana dois meses desde o afastamento da presidente Dilma Rousseff.

O peemedebista disse que qualquer início de governo tem dificuldades, especialmente quando se está diante de um "quadro de imprevisibilidade".

"Há desencontros, aqui e acolá, na montagem de governo, na nomeação de pessoas, erros em conduções. Mas isso não condena um governo, especialmente este, que assumiu em meio a uma crise profunda", ressalvou Renan.

Para o presidente do Senado, é natural que as cobranças se intensifiquem. Ele disse que as pressões por respostas são legítimas, mas ponderou ser preciso ter compreensão com o quadro enfrentado paciência em relação aos resultados. "Eu quero ajudar o Brasil. É o meu desejo e o meu dever como presidente do Senado Federal. E o governo Michel Temer, como todos sabem, é a única saída que está posta", destacou.

Renan trabalhou contra a aprovação do afastamento de Dilma por ser desafeto histórico dentro do PMDB de Temer. Mas, desde que o pedido passou pelo Senado em maio, tem dado respaldo político à gestão do peemedebista.

Nos bastidores, Renan não acredita mais na volta de Dilma em julgamento que deverá ser feito em agosto pelo Senado.

Fundo do poço

O presidente do Senado afirmou já ter notícia da reversão das expectativas em relação ao cenário econômico do País. Ele citou que a inflação começa a entrar em declínio e a confiança está em "expansão".

Ele disse ainda que esse componente psicológico é um grande sinal para a retomada dos investimentos e da geração de empregos, e que um ajuste fiscal efetivo poderá contribuir para a queda da taxa de juros.

"Temos muitos sinais de que já saímos da UTI e de que a recuperação, mesmo que seja lenta, virá no próximo ano. Para isso, é indispensável avançarmos com as reformas a fim de melhorar um dos indicadores econômicos mais relevantes: a taxa de emprego", disse ele, ao emendar: "o Congresso vai colaborar. E agora com a eleição do Rodrigo Maia, mais do que nunca vai colaborar para que o Brasil deixe o fundo do poço."

Renan disse que, desde a vitória de Aldo Rebelo (PCdoB-SP) há exatos 11 anos para o comando da Câmara, não comemoro uma eleição para Presidência da outra Casa Legislativa como fez com Rodrigo Maia.

Entre Aldo e Rodrigo Maia, houve quatro presidentes, entre eles o próprio Michel Temer. Para o presidente do Senado, que mandou recados ao ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ), Maia tem espírito público, é correto e não olha apenas para seu umbigo.

"Quanto mais os presidentes das duas Casas se entenderem, mais o Brasil ganhará. Vou procurá-lo e propor que as agendas do Senado e da Câmara deixem de ser concorrentes e passem a ser complementares. Uma pauta expressa que supere a burocracia parlamentar e atenda aos anseios da sociedade brasileira", afirmou, ao relatar que, para começar, quer pautar uma reforma política que possa valer já em 2018, com cláusula de barreira, fim da coligação proporcional e regras mais claras e transparentes para os financiamentos de campanha.

Sem citar quais, Renan destacou que algumas reformas são indispensáveis para o Brasil. Disse ser necessário "enxugar para valer" o Estado, com, por exemplo, o corte de cargos comissionados e diminuição da máquina administrativa.

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