Em Porto Alegre, 2º turno tem Melo (MDB) e Manuela (PCdoB)
A corrida eleitoral à prefeitura de Porto Alegre, capital do Rio Grande do Sul, deve ser decidida apenas em 29 de novembro
Leo Branco
Publicado em 15 de novembro de 2020 às 22h58.
Última atualização em 15 de novembro de 2020 às 23h18.
A corrida eleitoral à prefeitura de Porto Alegre, capital do Rio Grande do Sul, será decidida apenas em 29 de novembro, data marcada para o segundo turno nas eleições municipais de 2020.
A disputa está entre o emebista Sebastião Melo, vice-prefeito da capital gaúcha entre 2013 e 2016 durante o governo de José Fortunati, e Manuela D'Ávila (PCdoB). Melo teve 31,01% dos votos e Manuela ficou com 29%
A campanha à prefeitura de Porto Alegre em 2020 até agora tem sido marcada por reviravoltas nas principais candidaturas. A começar pelo pedido de impeachment do atual prefeito , Nelson Marchezan Júnior (PSDB), uma decisão tomada pela Câmara de Vereadores da capital gaúcha em agosto.
Sexto pedido desse tipo a passar pela Câmara da capital gaúcha nos últimos três anos, o impeachment questiona o fato de a prefeitura ter ordenado a retirada de R$ 3,1 milhões do Fundo Municipal da Saúde para aplicar em ações de publicidade.
Para os vereadores, Marchezan cometeu crimes de responsabilidade ao alocar os recursos em meio à pandemia. O tucano nega as irregularidades e alega perseguição política de adversários. O pedido de afastamento segue em análise pelos vereadores.
Em 13 de novembro, às vésperas do primeiro turno, outra surpresa: segundo candidato mais bem colocado nas pesquisas de intenção de voto, o trabalhista José Fortunati renunciou à disputa . O motivo foi a impugnação do candidato a vice na chapa, André Cecchini. Na última segunda-feira, 9, a Justiça Eleitoral do Rio Grande do Sul considerou irregular a situação de Cecchini por ter sido filiado ao partido Patriota após o fim do prazo legal.
Nas últimas pesquisas eleitorais, Fortunati tinha 14% das intenções de voto, praticamente empatado com Marchezan e com Sebastião Melo, do MDB, para quem Fortunati passou a fazer campanha a dois dias do primeiro turno das eleições.
Em meio aos altos e baixos entre os adversários, a chapa de Manuela D'Ávila seguiu na liderança durante a campanha até agora. Candidata à vice-presidente em 2018 na chapa liderada por Fernando Haddad, do PT, Manuela conseguiu neste ano o apoio dos petistas para sua chapa - seu candidato a vice é o sociólogo e sindicalista Miguel Rossetto, um dos fundadores do PT e ministro dao Trabalho e Previdência Social no governo de Dilma Rousseff.
Uma das principais apostas da esquerda entre as principais cidades brasileiras, a campanha de Manuela é apoiada também por lideranças de esquerda de países vizinhos. Na reta final do primeiro turno, a campanha de Manuela exibiu declarações de apoio de Alex Kicillof, governador da província de Buenos Aires e um dos principais aliados do presidente argentino Alberto Fernández , além de Carolina Cosse, intendente (espécie de prefeita) de Montevidéu, capital do Uruguai .
A candidatura de Manuela também teve o apoio de celebridades como o cantor Caetano Veloso, que gravou uma live na reta final do primeiro turno para arrecadar fundos à campanha dela e de Guilherme Boulos, postulante do PSOL à capital paulista.