Brasil

Janot pede que contas sejam analisadas no Congresso

"O procedimento adotado viola previsão constitucional sobre a competência exclusiva do Congresso para julgar contas prestadas por Presidente da República"


	Rodrigo Janot: "o procedimento adotado viola previsão constitucional sobre a competência exclusiva do Congresso Nacional para julgar contas prestadas por Presidente da República"
 (Fellipe Sampaio/SCO/STF/Fotos Públicas)

Rodrigo Janot: "o procedimento adotado viola previsão constitucional sobre a competência exclusiva do Congresso Nacional para julgar contas prestadas por Presidente da República" (Fellipe Sampaio/SCO/STF/Fotos Públicas)

DR

Da Redação

Publicado em 15 de outubro de 2015 às 14h36.

Brasília - O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, enviou parecer ao Supremo Tribunal Federal (STF) em que recomenda que a análise de contas presidenciais devem ser feitas em Comissões do Congresso e não de forma isolada na Câmara e no Senado. Segundo Janot, "o procedimento adotado viola previsão constitucional sobre a competência exclusiva do Congresso Nacional para julgar contas prestadas por Presidente da República".

Janot sugere ainda a anulação da apreciação das contas dos ex-presidentes da República Itamar Franco (29/9/1992 a 31/12/1992), Fernando Henrique Cardoso (exercício de 2002) e Luiz Inácio Lula da Silva (exercícios de 2006 e 2008), que foi feita de forma isolada pela Câmara.

A análise em sessão conjunta do Congresso poderia retardar a avaliação das contas da presidente Dilma Rousseff. O Congresso precisa decidir se acata ou não a recomendação do Tribunal de Contas da União pela rejeição das contas, o que poderia reforçar um eventual pedido de impeachment da presidente.

Os acórdãos do processo das contas do governo em 2014 foram protocolados nesta quarta-feira, 14, na Secretaria-Geral da Mesa Diretora do Congresso, de acordo com integrantes da direção do Legislativo. Com os acórdãos em mãos, cabe ao presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), ler, em plenário, a resolução do TCU, o que dá permissão à presidente da Comissão Mista de Orçamento (CMO), senadora Rose de Freitas (PMDB-ES), para indicar o relator da ação.

Argumentação

O parecer de Janot destaca a resposta da Presidência da Câmara, ocupada por Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que sustentou que a decisão de fazer a votação das contas só entre os deputados "apenas deu seguimento ao procedimento de votação, após o recebimento feito pela Mesa Diretora do Congresso Nacional". Afirmou também que a Mesa Diretora do Congresso Nacional encaminhou os relatórios da Comissão Mista de Orçamento à Câmara dos Deputados para deliberação e aprovação.

Janot rebateu afirmando que o fato de as matérias terem sido eventualmente encaminhadas à Câmara dos Deputados pela Mesa do Congresso não exime a Câmara de cumprir a lei e se responsabilizar pela eventual adoção de procedimentos impróprios.

"A autoridade impetrada praticou o ato que se reputa lesivo e é competente para sanar essa mesma agressão, em caso de concessão da ordem", considera.

Acompanhe tudo sobre:Dilma RousseffPersonalidadesPolítica no BrasilPolíticosPolíticos brasileirosPT – Partido dos TrabalhadoresRodrigo JanotTCU

Mais de Brasil

Ministro da Defesa busca recursos para Forças Armadas, enquanto governo discute bloqueio de gastos

Governo cria sistema de emissão de carteira nacional da pessoa com TEA

Governo de SP usará drones para estimar número de morte de peixes após contaminação de rios

Mais na Exame