Em NY, Temer vai à reunião da ONU e janta com Trump
ÀS SETE - Por ser um político tido como isolado, jantar com o presidente dos EUA pode impulsionar a imagem do Brasil em meio à crise política
Da Redação
Publicado em 18 de setembro de 2017 às 06h36.
Última atualização em 18 de setembro de 2017 às 08h03.
Após a participar da posse de Raquel Dodge na Procuradoria-Geral da República, o presidente Michel Temer embarca para Nova York, onde terá uma agenda intensa.
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A visita de Temer tem como principal objetivo o discurso na abertura da Assembleia Geral da ONU, na terça-feira — uma tradição brasileira em homenagem a Osvaldo Aranha, diplomata que primeiro presidiu uma Assembleia Geral.
Nesta segunda-feira, Temer se encontra com o presidente americano Donald Trump para um jantar, ao lado do mandatário colombiano Juan Manuel Santos.
Temer é um político tido como isolado no cenário internacional e jantar com Trump e Santos pode ser uma boa maneira de elevar não só sua própria imagem como também a do Brasil em meio à crise política. O presidente também aproveita a segunda-feira para se encontrar com investidores internacionais.
O isolamento de Temer foi marcado por alguns casos, como quando decidiu de última hora ir à reunião do G20 ou quando o vice-presidente americano Mike Pence deixou o Brasil de fora de uma turnê pela América Latina no início de agosto.
A baixa aprovação de Temer, que chegou a 5% em julho segundo o Ibope, e o tempo curto de governo diminuem o interesse de outros líderes internacionais.
Na mesa de jantar, um assunto central deve ser a Venezuela, que passa por severas crises democrática e econômica. Os Estados Unidos têm cada vez mais encampado sanções ao país.
Quando esteve na Argentina, Pence chegou a dizer que “a América Latina pode fazer mais para aumentar a pressão sobre a Venezuela” e que era “preciso aumentar a pressão diplomática’’.
Mas, entre uma garfada e outra, Temer deve tentar puxar Trump para discutir o comércio entre os dois países. Se no final do ano passado, Temer ligou para Trump oferecendo abertura de mercado, o panorama hoje é bem diferente.
Depois da deflagração da operação Carne Fraca, da Polícia Federal, os Estados Unidos deixaram de importar carne in natura do Brasil — que agora também impõe restrições ao etanol de milho, importado dos americanos. Trump tem a política de proteger o mercado americano e as conversas tendem ser difíceis para os interesses brasileiros.