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Em Minas, grupo de estudo do comunismo é alvo de investigação

O argumento é de que o grupo está "utilizando recursos públicos da Ufop para divulgação e realização de eventos de cunho comunista"

O CDC foi criado no campus de Mariana (MG) da Ufop em 2012 (China Photos/Getty Images)
EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 9 de novembro de 2017 às 10h04.

Belo Horizonte - A existência de um centro de estudos sobre comunismo na Universidade Federal de Ouro Preto (Ufop) motivou a instauração de um inquérito policial aberto a pedido do Ministério Público Federal.

O argumento é de que o Centro de Difusão do Comunismo (CDC) está "utilizando recursos públicos da Ufop para divulgação e realização de eventos de cunho comunista, contrariando ordem judicial."

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O CDC foi criado no campus de Mariana (MG) da Ufop em 2012. Um ano depois, um advogado de São Luís (MA), Pedro Leonel Pinto, acionou a Justiça afirmando que o CDC usaria "recursos públicos para custeio de atividades de seguimentos restritos, em afronta aos princípios da legalidade, impessoalidade e moralidade, intrínsecos à administração pública, conforme o Constituição".

O advogado argumentou ainda que a legislação brasileira "proíbe a utilização do serviço de repartição pública para benefício de partido ou organização de caráter político".

O professor do curso de Serviço Social da Ufop André Mayer será ouvido pela Polícia Federal. Ele é suspeito de desobediência por supostamente não ter seguido a determinação judicial, de 2003, de encerrar o funcionamento de um centro de estudos. Mayer, que leciona teoria social, afirma tratar-se de "perseguição política e ideológica".

Atividade

Segundo ele, em agosto de 2013, assim que a decisão foi tomada na primeira instância, o centro teve suas atividades encerradas. "O que nós continuamos até hoje é um grupo de pesquisas, chamado Liga dos Comunistas, que existia desde 2009", afirma. A Liga estuda temas relacionados ao comunismo. "Pode ser um autor, um livro. Esse ano, por exemplo, tratamos exclusivamente dos 100 anos da Revolução Russa", diz o professor.

A reportagem tentou contato com o autor da ação de 2013, mas não teve resposta até a publicação desta matéria. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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