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Em indireta a Huck, Bolsonaro cita compra de jatinho com recurso do BNDES

Bolsonaro reage a críticas de Huck e diz que abrirá "caixa preta" do BNDES na próxima segunda

BNDES: Bolsonaro disse que "caixa preta" vai expor "gente que está dizendo que estamos no último capítulo do fracasso" (Montagem/Exame)

BNDES: Bolsonaro disse que "caixa preta" vai expor "gente que está dizendo que estamos no último capítulo do fracasso" (Montagem/Exame)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 16 de agosto de 2019 às 08h13.

Última atualização em 16 de agosto de 2019 às 09h45.

Brasília — O presidente Jair Bolsonaro afirmou na quinta-feira (15) em uma transmissão ao vivo nas redes sociais, que na próxima segunda-feira vai revelar quem comprou jatinhos com recursos do BNDES, ao abrir a "caixa-preta" da instituição.

Segundo ele, o anúncio vai expor "gente que está dizendo que estamos no último capítulo do fracasso".

Bolsonaro não citou nomes. A declaração, no entanto, foi uma referência indireta à fala do empresário e apresentador Luciano Huck, que, anteontem, durante um evento em Vila Velha, no Espírito Santo, criticou o governo federal ao participar do debate "Futuro do Brasil".

"A gente precisa de gente nova na política, com todo respeito a esse governo. Esse governo foi eleito de maneira democrática. Mas eu não acredito que a gente está vivendo o primeiro capítulo da renovação. Para mim, estamos vivendo o último capítulo do que não deu certo", afirmou Huck na ocasião.

Na transmissão de ontem, Bolsonaro disse que pretende "mostrar a primeira parte da caixa-preta do BNDES". Essa era uma bandeiras da campanha do presidente, que, em junho, demitiu o então presidente do banco estatal, Joaquim Levy.

Uma das justificativas foi a de que Levy não se esforçou para abrir a "caixa-preta" do banco.

Para bolsonaristas, o banco estatal, que emprestou bilhões para a Venezuela, Cuba e empreiteiras, precisa quitar o quanto antes sua conta com a União. Ainda na "live", Bolsonaro declarou que o governo vai mostrar casos sobre o banco de pessoas que não tinham como se beneficiar desses recursos por não serem "amigos do rei".

Em fevereiro do ano passado, quando Huck ainda era cotado como presidenciável, o jornal Folha de S.Paulo publicou reportagem segundo a qual o empresário usou, em 2013, um empréstimo de R$ 17,7 milhões do programa Finame do BNDES para comprar um jatinho particular da Embraer.

À época, Huck disse, via assessoria, que "o Finame é um programa do BNDES de incentivo à indústria nacional, por isso financia os aviões da Embraer" e que usava o avião duas vezes por semana para gravar seu programa de TV.

No debate em Vila Velha, Huck, além de dissociar o governo Bolsonaro da "renovação política", reforçou um discurso centrado na prioridade da educação de qualidade e no combate à pobreza - desafios do País que, segundo ele, devem ser enfrentados por sua "geração".

Atualmente, o plano de uma candidatura é tratado com discrição pelos apoiadores do apresentador. A avaliação é de que ainda não é o momento de Huck se mostrar como um futuro nome para a disputa ao Planalto.

O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), já afirmou que seria "natural" um apoio a Huck em 2022.

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