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Em encontro com Weintraub, professores levam livros de Paulo Freire

Entre os 30 professores presentes ao evento, em um hotel no bairro de Pinheiros, ao menos 8 tinham o livro em mãos

Abraham Weintraub: questionado sobre as manifestações, ministro disse respeitar opiniões diferentes das dele (Adriano Machado/Reuters)

Abraham Weintraub: questionado sobre as manifestações, ministro disse respeitar opiniões diferentes das dele (Adriano Machado/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 25 de maio de 2019 às 12h56.

Última atualização em 25 de maio de 2019 às 13h09.

São Paulo - Em encontro com o ministro da Educação, Abraham Weintraub, um grupo de educadores que venceu o prêmio "Professores do Brasil" levantou livros de Paulo Freire durante fotografia oficial.

Entre os 30 professores presentes ao evento, em um hotel no bairro de Pinheiros, ao menos 8 tinham o livro de Paulo Freire em mãos - alguns ergueram seus exemplares durante a foto ao lado do próprio ministro.

"Foi uma manifestação respeitosa e silenciosa. Soubemos ontem (sexta) que ele participaria do encontro. Então, pensamos em colocar a nossa posição contra o corte de recursos para as universidades. E também mostrar a importância do educador Paulo Freire", comentou a professora Ana Beatriz Maciel, 34 anos.

Questionado sobre a manifestação dos professores, Weintraub disse respeitar opiniões diferentes das dele. " Ela tem o direitode dizer 'Viva Paulo Freire. Eu também tenho o direito de dizer que o único lugar que segue Paulo Freire é o Brasil. Quando você tem uma pesquisa que é boa, um antibiótico, uma aspirina ou um avião ou outros tendem a copiar. Ninguém quis copiar Paulo Freire e nossos resultados são ruins."

No encontro, o ministro criticou o que ele chama de "narrativa" que pretende mostrá-lo como inimigo dos professores. "Eu quero saber como está sendo gasto o dinheiro - que não está indo para vocês", disse Weintraub. Ele reforçou que o aquilo que ele vem pedindo às universidades é transparência.

Sobre as críticas que vem recebendo, Weintraub disse que tem sido até chamado de nazista pelos críticos. "Nada mais horroso que alguém que teve familiar que foi para um campo de concentração ser chamado de nazista."

Em outro momento, o ministro divulgou o seu celular particular para os professores presentes ao evento. A assessoria de Weintraub afirmou que o ministro tem o hábito de divulgar o seu telefone e que o ato não tinha nenhuma relação com os últimos acontecimentos envolvendo o MEC e aDeputada Federal Tabata Amaral (PDT). Na última quarta-feira, Tabata afirmou que irá processar o ministro por divulgar o número de telefone pessoal dela.

Criado pelo Ministério da Educação, o prêmio "Professores do Brasil" tem o objetivo de valorizar, reconhecer, divulgar o trabalho dos professores da rede pública nacional. Os premiados são docentes de todo o Brasil, que seguirão para Quebec e Ottawa, no Canadá. Lá trocarão experiências e farão uma imersão na educação e cultura locais. A premiação é uma parceria com o Colleges and Institutes Canadá (CICan), que assumiu os gastos da viagem.

Acompanhe tudo sobre:abraham-weintraubEXAME-no-InstagramMEC – Ministério da Educação

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