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Em discurso na ONU, Dilma celebra conquistas do governo

Presidente comemorou a saída do Brasil do Mapa da Fome, alegando que isso foi resultado da política econômica que criou 21 milhões de empregos

Dilma Rousseff: presidente lembrou que 36 milhões de brasileiros deixaram a miséria desde 2003 (Adrees Latif/Reuters)
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Da Redação

Publicado em 24 de setembro de 2014 às 12h50.

São Paulo - A presidente Dilma Rousseff usou o discurso na Assembleia Geral da ONU, nesta quarta-feira, para ressaltar as conquistas do Brasil nos últimos 12 anos, apesar de reconhecer que a crise internacional impactou o crescimento econômico do país.

A presidente celebrou a saída do Brasil do Mapa da Fome , segundo a FAO, alegando que isso foi resultado de uma política econômica que criou 21 milhões de empregos e valorizou o salário, aumentando em 71 por cento seu poder de compra nos últimos 12 anos. "Com isso, reduzimos a desigualdade", disse.

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Dilma lembrou ainda que 36 milhões de brasileiros deixaram a miséria desde 2003, 22 milhões somente no seu governo.

Além de ressaltar conquistas nas áreas sociais, como saúde e educação, a presidente afirmou que o Brasil não descuidou da solidez fiscal e da estabilidade monetária, protegendo-se da "volatilidade externa".

Dilma, no entanto, reconheceu que as dificuldades persistentes em todas as regiões do mundo "impactam negativamente" o crescimento do Brasil.

"Ainda que tenhamos conseguido resistir às consequências mais danosas da crise global, ela também nos atingiu, de forma mais aguda, nos últimos anos", disse.

Em sua fala, Dilma fez ainda um novo apelo pela ampliação do direito a voto dos países em desenvolvimento em instituições financeiras como Fundo Monetário Internacional (FMI) e Banco Mundial, classificando como "inaceitável" a demora nessa mudança.

"É imperioso pôr fim ao descompasso entra a crescente importância dos países em desenvolvimento na economia mundial e sua insuficiente participação nos processos decisórios das instituições financeiras internacionais, como Fundo Monetário e o Banco Mundial", afirmou Dilma, a primeira chefe de Estado a discursar na Assembleia Geral.

Segundo a presidente, essas instituições correm o risco de perder sua legitimidade e eficiência.

Dilma reiterou também a necessidade de se fazer a reforma do Conselho de Segurança da ONU, pois ao ser mais representativo será mais eficaz na resolução de conflitos espalhados pelo mundo.

Em sua fala de 23 minutos, a presidente criticou a incapacidade do Conselho de encontrar soluções pacíficas para conflitos no mundo, como as guerras na Síria e no Iraque e o conflito no leste da Ucrânia.

Segundo Dilma, a comemoração de 70 anos da ONU em 2015 seria uma "ocasião propícia" para um avanço nesse processo.

"Estou certa de que todos entendemos os graves riscos da paralisa e da inação do Conselho de Segurança das Nações Unidas. Um conselho mais representativo e mais legítimo poderia ser também mais eficaz", afirmou.

Atualmente, o Conselho de Segurança tem cinco membros permanentes: Estados Unidos, França, Grã-Bretanha, Rússia e China, uma composição que em grande parte reflete o equilíbrio de poder global logo após a 2ª Guerra Mundial.

O Brasil, e outros países, defendem a reforma do órgão da Organização das Nações Unidas de forma a representar melhor o novo cenário global, incluindo a América do Sul, a África e outros países que crescerem desde o fim da guerra.

Candidata à reeleição, Dilma abriu o discurso lembrando que o Brasil passa por um processo eleitoral e destacou a importância da democracia para a estabilização econômica.

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