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Em denúncia, MP ligou 96 bandidos à facção paulista

Na denúncia, os promotores listam os nomes e as "funções" de cada um no crime organizado

Ministério Público: Na denúncia, os promotores listam os nomes e as "funções" de cada um no crime organizado (Bytmonas/Thinkstock)

Ministério Público: Na denúncia, os promotores listam os nomes e as "funções" de cada um no crime organizado (Bytmonas/Thinkstock)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 7 de janeiro de 2017 às 10h38.

São Paulo - Em denúncia criminal de 288 páginas levada à Justiça de Roraima no fim de 2014, promotores do Ministério Público de Roraima acusaram 96 traficantes e assaltantes de integrarem a hierarquia do PCC no sistema prisional do Estado.

Na denúncia, os promotores listam os nomes e as "funções" de cada um no crime organizado. Um deles é Diego Mendes de Andrade, o DG, ou Bruno, ou, ainda, Taylor.

Segundo a Promotoria, Taylor é o doutrinador do PCC, o homem que cuida das "diretrizes" da célula do crime no Estado.

Na ocasião em que foi denunciado, Taylor estava na Penitenciária Federal de Mato Grosso do Sul e seria um dos Torres ou "Geral do Estado".

Segundo os promotores de Justiça Carlos Paixão de Oliveira, Hevandro Cerutti, José Rocha Neto, Marco Antônio Bordin Azeredo, Luiz Antônio Araújo de Souza e Carlos Alberto Melotto, ele liderava um conselho formado por cinco bandidos.

"Estas pessoas exercem posição de liderança entre os membros da facção e estabelecem contatos com as demais existentes em outros presídios e na rua. Dentre suas funções está a transmissão de informação e a criação de normativas e diretrizes de procedimentos, bem como o controle e a disciplina dos membros que se encontram presos e os que se encontram em liberdade", assinala a denúncia.

A investigação mostra que Taylor "batizou" os principais integrantes do PCC no Estado - a Promotoria lista 20 apadrinhados e outros 9 presos sob suas ordens. Ele foi grampeado durante a investigação, ao negociar com um advogado.

De acordo com as investigações, ele avançou na hierarquia após transferências de outros criminosos para a Cadeia Pública de Boa Vista em dezembro de 2013.

"Agora, mantém diariamente contato com Ozélio de Oliveira, vulgo Sumô, oportunidade em que recebe as diretrizes passadas pelo alto comando do PCC, tudo com o objetivo de expandir a organização criminosa em Roraima."

Taylor seria o responsável pelo aliciamento de novos integrantes, pela divulgação da doutrina do PCC, "pela parte da disciplina e do progresso, operação de tráfico de drogas e roubos realizados para levantamento de recursos para organização criminosa", conforme sustenta a denúncia.

Em sua folha de antecedentes criminais, o criminoso apresenta condenação criminal por tráfico e associação ao tráfico de drogas, além de responder processo judicial por homicídio.

Primeiro Comando da Maioria

A Promotoria observa que, entre agosto de 2013 e setembro de 2014, "os denunciados associaram-se estruturalmente, dividindo suas tarefas, com o objetivo de obter vantagem mediante a prática reiterada de diversos crimes, tais como comércio ilegal de armas de fogo, tráfico de drogas, roubos, furtos, extorsão, lavagem de capitais e homicídios, mediante o emprego de armas de fogo e para o fim de praticar traficância de substâncias entorpecentes que causam dependência física e psíquica, sem autorização e em desacordo com a determinação legal e regulamentar".

Todos os detalhes da estruturação dos quadros funcionais da facção em Roraima, suas lideranças e integrantes "batizados" estão na denúncia do Ministério Público do Estado.

"Verificou-se que os acusados, em sua maioria internos do sistema prisional, além de coordenar a prática de crimes em meio interno e externo, tais como tráfico de drogas, comércio ilegal de armas, homicídios, extorsão, furtos e roubos, estariam a ostentar posição de destaque na organização criminosa, cabendo-lhes a tomada de decisões acerca de assuntos de interesse da facção autodenominada Primeiro Comando da Maioria - o PCC no Estado."

Nos documentos da investigação, acima do conselho liderado por Taylor, estaria apenas a chamada "Chefia-geral ou Cidade Proibida, a mais alta graduação de hierarquia no PCC".

"Atualmente, é composta por alguns dos fundadores da facção, na sua maioria recolhidos em unidades prisionais do Estado de São Paulo."

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