Doria: "acredito na condenação e na punição do presidente Lula, mas, politicamente, o ideal seria ele ser candidato e ser derrotado" (Wilson Dias/Agência Brasil)
Estadão Conteúdo
Publicado em 23 de janeiro de 2018 às 14h28.
Davos, Suíça - A quarta-feira, 24, será um dia que trará mudanças na história política recente do País, afirmou o prefeito da cidade de São Paulo, João Doria, referindo-se ao julgamento do ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva.
Ele é um dos que acreditam que, em termos políticos, seria melhor que o petista concorresse à eleição de 2018 para que sua saída do cenário seja por meio dos votos.
"Compartilho dessa corrente. Acredito na condenação e na punição do presidente Lula, mas, politicamente, o ideal seria ele ser candidato e derrotá-lo nas eleições de outubro para enterrarmos o mito Lula e aprisionarmos o Luiz Inácio", declarou.
A condenação, na visão do prefeito, impõe uma "marca dura" ao ex-presidente Lula e ao PT. "Um partido já criminalizado, com seis processos, ter uma condenação de forma mais clara, terá mais dificuldade em fazer um discurso de salvação do Brasil, de éticas, de princípios e de gestão. Creio que o ex-presidente Lula vai seguir sua candidatura, vai usar dos subterfúgios que a legislatura brasileira confere", disse.
O prefeito falou com jornalistas ao chegar para o almoço do Itaú em Davos, onde participa pela primeira vez do Fórum Econômico Mundial.
O principal palestrante do evento foi o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, potencial candidato a presidente, assim como o prefeito, que negou a possibilidade.
"Não, eu venho como prefeito da cidade de São Paulo. Não sou candidato nem um, nem outro", disse, quando questionado sobre se poderia concorrer ao governo do Estado ou à Presidência da República. Doria retorna ao Brasil na noite de quarta.