Em carta, Cunha diz que Moro quer mantê-lo como "troféu"
Escrita à mão pelo parlamentar, o documento afirma ainda que Moro "quer se transformar em um justiceiro político"
Estadão Conteúdo
Publicado em 30 de março de 2017 às 22h20.
Última atualização em 31 de março de 2017 às 09h25.
São Paulo - Em carta divulgada por interlocutores após ser avisado de sua condenação pelo juiz Sérgio Moro , Eduardo Cunha afirmou que sua sentença é política, "visando a tentar evitar a apreciação de meu habeas corpus no STF, para que ele possa me manter como seu troféu em Curitiba".
Escrita à mão pelo parlamentar, que está detido no Complexo Médico Penal, em Pinhais, o documento afirma ainda que Moro "quer se transformar em um justiceiro político, não tem qualquer condição de julgar qualquer ação contra mim pela sua parcialidade e motivação política".
O ex-parlamentar criticou também a velocidade do juiz da Lava Jato para proferir a sentença, dois dias depois de sua defesa apresentar as alegações finais, os últimos argumentos no processo.
"A decisão, além de absurda e sem qualquer prova válida, jamais poderia ser dada 48 horas após as alegações finais".
Cunha ainda chega a afirmar que a sentença foi dada "antes dos demais réus terem sequer apresentado as suas alegações finais na ação". Nesta ação penal, contudo, o peemedebista é o único réu da ação.
Ele ainda reiterou que já entrou com ação arguindo a suspeição de Moro "por vários motivos já divulgados" e que agora tem o "agravante" com essa decisão, "mostrando que a sentença já estava pronta", segue o ex-parlamentar.
"Essa decisão não se manterá nos tribunais superiores, até porque contém nulidades insuperáveis", afirma.