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Em carta, Cunha diz que Moro quer mantê-lo como "troféu"

Escrita à mão pelo parlamentar, o documento afirma ainda que Moro "quer se transformar em um justiceiro político"

Sérgio Moro: "A decisão, além de absurda e sem qualquer prova válida, jamais poderia ser dada 48 horas após as alegações finais", escreveu Cunha sobre sua condenação (Ueslei Marcelino/Reuters)

Sérgio Moro: "A decisão, além de absurda e sem qualquer prova válida, jamais poderia ser dada 48 horas após as alegações finais", escreveu Cunha sobre sua condenação (Ueslei Marcelino/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 30 de março de 2017 às 22h20.

Última atualização em 31 de março de 2017 às 09h25.

São Paulo - Em carta divulgada por interlocutores após ser avisado de sua condenação pelo juiz Sérgio Moro, Eduardo Cunha afirmou que sua sentença é política, "visando a tentar evitar a apreciação de meu habeas corpus no STF, para que ele possa me manter como seu troféu em Curitiba".

Escrita à mão pelo parlamentar, que está detido no Complexo Médico Penal, em Pinhais, o documento afirma ainda que Moro "quer se transformar em um justiceiro político, não tem qualquer condição de julgar qualquer ação contra mim pela sua parcialidade e motivação política".

O ex-parlamentar criticou também a velocidade do juiz da Lava Jato para proferir a sentença, dois dias depois de sua defesa apresentar as alegações finais, os últimos argumentos no processo.

"A decisão, além de absurda e sem qualquer prova válida, jamais poderia ser dada 48 horas após as alegações finais".

Cunha ainda chega a afirmar que a sentença foi dada "antes dos demais réus terem sequer apresentado as suas alegações finais na ação". Nesta ação penal, contudo, o peemedebista é o único réu da ação.

Ele ainda reiterou que já entrou com ação arguindo a suspeição de Moro "por vários motivos já divulgados" e que agora tem o "agravante" com essa decisão, "mostrando que a sentença já estava pronta", segue o ex-parlamentar.

"Essa decisão não se manterá nos tribunais superiores, até porque contém nulidades insuperáveis", afirma.

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