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Em Brasília, candidatos ao Enem chegam a locais com antecedência

Em todo o país, 6,73 milhões de candidatos inscritos vão fazer provas de redação, linguagens e ciências humanas.

Estudantes esperando o Enem: alguns passaram a vender alimentos nas ruas após serem despedidos de seus antigos empregos (Ricardo Matsukawa/VEJA)

Estudantes esperando o Enem: alguns passaram a vender alimentos nas ruas após serem despedidos de seus antigos empregos (Ricardo Matsukawa/VEJA)

AB

Agência Brasil

Publicado em 5 de novembro de 2017 às 12h13.

Para evitar contratempos que poderiam resultar em um ano de estudos desperdiçado, muitos estudantes inscritos para realizar a prova do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) decidiram se antecipar e chegar bem cedo ao local de provas. Em Brasília, desde as 9h, já era possível encontrar candidatos à espera da abertura dos portões - o que só ocorrerá ao meio-dia.

Vanessa Lisboa da Silva, 18 anos, foi a primeira candidata a chegar ao campus do Centro Universitário do Distrito Federal (UDF), distante cerca de 23 quilômetros de sua casa, em São Sebastião (DF). "Eu estava ansiosa. Algo podia dar errado e eu não chegaria a tempo", contou a jovem à Agência Brasil. Nervosa, Vanessa contou que sua ansiedade acabou contagiando o pai, que a levou até o local antes de ir trabalhar.

"Ele também não dormiu a noite. Ele vinha trabalhar e me trouxe, porque eu não sabia onde ficava o lugar", acrescentou a estudante, esperançosa de obter uma nota que lhe permita ingressar no curso de Ciências Sociais já em sua primeira tentativa. Durante as quase quatro horas até o fechamento dos portões, nada de livros. "Acho que se eu fosse mexer no material a esta altura eu ficaria ainda mais ansiosa. Vou sentar e esperar a hora".

Já o vigilante noturno Nilson Costa Ferreira, 23 anos, chegou cedo ao campus do Centro Universitário de Brasília (UniCeub) por ter ido direto do trabalho. "Eu não sabia o endereço direito e vim direto para não correr o risco de me perder e me atrasar", disse o rapaz que, apesar do sono após uma noite em claro, acredita ter chances de se sair bem.

"Esta é a terceira vez que eu faço a prova. Das outras duas vezes eu fui bem e só não pude começar o curso porque me faltavam documentos para comprovar que eu tinha condições financeiras de pagar o curso", explicou o jovem que pretende cursar Biomedicina e estudou em casa, sozinho, ao longo de todo o ano. "Estudei mais as áreas em que tenho mais facilidade".

Moradora de Ceilândia, Natelhy Batista de Oliveira, 26 anos, aproveitou a carona de um tio para chegar perto das 10h ao campus do UniCeub, na Asa Norte, a cerca de 34 quilômetros de sua casa. "Eu tive que chegar mais cedo porque não conhecia o local da prova. Melhor chegar cedo e evitar a tensão de estar atrasada". Formada em Agronomia, Natelhy atualmente cursa Enfermagem. Ingressou nos dois cursos por meio do Enem. O motivo para voltar a encarar a maratona de provas é tentar ampliar o desconto que já possui. "Tenho uma bolsa de 65% e este ano estou tentando obter uma bolsa de 100%".

Em todo o país, 6,73 milhões de candidatos inscritos vão fazer provas de redação, linguagens (língua portuguesa e língua estrangeira) e ciências humanas (geografia, história, filosofia, sociologia e conhecimentos gerais). O exame começa a ser aplicado às 13h30, no horário de Brasília, e os candidatos terão cinco horas e 30 minutos para concluir a prova. Além da redação, a prova terá 90 questões objetivas.

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