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Em almoço, Mercadante anuncia novos diretores do BNDES

Ele também confirmou os nomes de Nelson Barbosa, ex-ministro do Planejamento, e Tereza Campello, ex-ministra do Desenvolvimento Social, como diretores do banco estatal

Mercadante com os novos diretores do BNDES anunciados Alexandre Ribeiro, José Luis Gordon, Natalia Dias, Luciana Costa e Luiz Navarro (Bruno Poletti/Esfera Brasil/Divulgação)

Mercadante com os novos diretores do BNDES anunciados Alexandre Ribeiro, José Luis Gordon, Natalia Dias, Luciana Costa e Luiz Navarro (Bruno Poletti/Esfera Brasil/Divulgação)

LP

Luciano Pádua

Publicado em 21 de dezembro de 2022 às 16h34.

Última atualização em 21 de dezembro de 2022 às 17h41.

O futuro presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico, Aloizio Mercadante, confirmou os nomes de Nelson Barbosa, ex-ministro da Fazenda e do Planejamento, e Tereza Campello, ex-ministra do Desenvolvimento Social, como diretores do banco estatal. O anúncio ocorreu em evento com 20 convidados na casa do empresário João Camargo, presidente do conselho da Esfera Brasil, nesta quarta-feira, 21.

Mercadante também anunciou cinco outros membros da diretoria, sem especificar quais áreas ocuparão. São eles:

  • Alexandre Ribeiro, ex-Banco do Brasil e ex-presidente do Banco Original
  • José Luis Gordon, presidente da Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii)
  • Natalia Dias, CEO do Standard Bank Brasil;
  • Luciana Costa, presidente no Brasil do Banco Francês de Investimentos Natixis
  • Luiz Navarro, ex-ministro-chefe da Controladoria-Geral da União (CGU)

Mercadante informou também que está reorganizando as diretorias do banco e, por ora, ainda não tem os nomes dos cargos e das diretorias que ocuparão no banco. "São nove áreas, cada um vai para área na qual tem expertise, vivência", disse. "Por exemplo, finanças, deverá ir o Alexandre Abreu porque geriu um grande banco. A gestão das finanças, bem-feita, aumenta a capacidade de financiamento."

BNDES para o futuro e financiamento externo

"É uma equipe de alto nível, de gente do mercado, CEOs do sistema financeiro e gente com experiência na administração pública para poder abrir um caminho que o BNDES impulsione a indústria, porque o Brasil precisa se reindustrializar", disse Mercadante. "A carteira da indústria no BNDES era 43%. Hoje, é 16%. O Brasil sem indústria não gera emprego de qualidade, não gera tecnologia nem inovação. O BNDES tem uma história de grande êxito em relação à indústria."

O futuro presidente do banco de fomento exemplificou esse papel do BNDES na indústria de celulose que "nasceu" dentro do BNDES, em sua opinião, e no setor de aerogeradores de energia eólica. "A própria Embraer, só 8% países do mundo produzem aviões. Não teríamos uma empresa aeronáutica sem o BNDES. Cumpre um papel muito importante, mas é num novo papel", afirmou.

Segundo Mercadante, a nova gestão construirá um BNDES para o futuro diante da "falta de espaço fiscal no orçamento para financiá-lo". "Temos de buscar novas fontes de financiamento. Inclusive há muitos recursos lá fora para o Brasil, com a liderança do presidente Lula e preservando a Amazônia. Só na Europa são 55 bilhões de euros. Tínhamos uma parceria com a China que foi suspensa nesse período, de 10 bilhões de dólares para criar um fundo com o BNDES, há o Fundo Amazônia, com R$ 3 bilhões parados e que vão ser liberados quando chegarmos. Temos muitas possibilidades", disse. 

As micro, pequenas empresas e cooperativas terão um olhar especial do BNDES, de acordo com o petista. "Essas empresas representam 29% do PIB. Na Itália, é 65%. Na Alemanha, é 70%. Podemos dobrar esse peso relativo. É aí que se gera emprego. O BNDES não tem de olhar só para grandes empresas - ainda que tenha de olhar para algumas delas e setores estratégicos", afirmou. 

Faria Lima, "tradutores" e desconfiança do mercado

Questionado a respeito da desconfiança do mercado com sua indicação, Mercadante avaliou haver um "certo problema entre Brasília e a Faria Lima". "Parece que falam idiomas diferentes. Então, trouxe três tradutores, que são CEOs de bancos, para ajudar no diálogo e na interpretação", disse. "Estamos buscando as mesmas coisas e o mesmo interesse pelo país, de lugares diferentes. Queremos gerar emprego, economia verde, reindustrializar o país. Eles querem resultados. Temos que encontrar um caminho de preservar o espaço da iniciativa privada, a estruturação do mercado de capitais, que é muito importante".

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Segundo Mercadante, o mundo tem hoje 525 bancos públicos de desenvolvimento, responsáveis por US$ 18,7 na economia mundial -- e 10% do investimento no mundo vem de bancos de desenvolvimento. "A Alemanha, França, Coreia [do Sul], China e os Estados Unidos estão constituindo um. Temos um banco público que é só 5% do investimento. Então, temos espaço para melhorar. Mas não contra a iniciativa privada. Não prejudicando. Complementando e fortalecendo o Brasil e a capacidade de crescimento", afirmou o futuro presidente do BNDES.

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