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Em alerta, Piracicaba também vai enviar à capital pacientes com covid-19

Na semana a passada, a região de Campinas começou a enviar pacientes para o hospital de campanha do Ibirapuera

Hospital de campanha: estrutura construída no Ibirapuera tem 268 leitos. (Miguel Schincariol/Getty Images)

Hospital de campanha: estrutura construída no Ibirapuera tem 268 leitos. (Miguel Schincariol/Getty Images)

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Clara Cerioni

Publicado em 14 de julho de 2020 às 14h24.

Última atualização em 14 de julho de 2020 às 14h26.

Depois de Campinas, a região de Piracicaba também vai enviar à cidade de São Paulo pacientes com a covid-19. A medida foi anunciada nesta terça-feira, 14, pelo Centro de Contingência do coronavírus após a taxa de ocupação de leitos de UTI ficar perto dos 90%.

Os internados serão transferidos para o hospital de campanha do Ibirapuera, mantido pelo estado. Na semana passada, o governo já tinha anunciado que faria o transporte de pacientes de Campinas para a cidade de São Paulo com o objetivo desafogar o sistema da região que beirava o colapso.

O hospital de campanha do Ibirapuera tem um total de 268 leitos, sendo 240 de enfermaria e 28 de UTI. A taxa de ocupação atual é de 55%. O transporte dos pacientes é gerenciado pela Central de Regulação de Oferta de Serviços de Saúde (Cross), sempre em UTIs móveis.

"É uma situação de alerta. Houve um aumento no número de internações, principalmente de UTI. Isso nos preocupa porque a região pode chegar a uma máxima de ocupação nos próximos dias. A situação epidemiológica muda constantemente e nós vamos avaliar a fase em que a região se encontra", disse o coordenador executivo do Centro de Contingência, João Gabbardo.

Na sexta-feira, 10, a região de Piracicaba saiu da fase mais restritiva da quarentena, a chamada vermelha 1, para a fase amarela 2. O governo justificou a decisão por considerar que os índices estavam positivos. Mas desde o fim de semana, a situação mudou.

De acordo com a prefeitura de Piracicaba, na sexta-feira, 10, a cidade tinha 4.230 infectados. No boletim divulgado na segunda, 13, foram registrados 4.733, um aumento de aproximadamente 12% em poucos dias.

O número de internações, tanto em enfermaria quanto em UTI, também aumentou. No começo do mês eram 156 e passou para 188 em nove dias, um aumento de 21,3%. Olhando somente para leitos de UTI, o aumento foi de 37,7%, passando de 61 para 84

Mesmo com a progressão de fase, em que permitia a abertura de comércio e shoppings, a prefeitura de Piracicaba decidiu manter a cidade na quarentena mais restrita, em que somente os serviços essenciais podem funcionar.

"Eu estou muito preocupado com o avanço da doença e com a limitação de leitos. Se retomarmos as atividades neste momento, as consequências serão ainda piores", disse o prefeito Barjas Negri na segunda-feira, 13, em um vídeo em que justificou a medida.

Falha na atualização de dados

Em entrevista coletiva nesta terça-feira, o governo de São Paulo não atualizou os dados da pandemia referente às últimas 24 horas.

Segundo o secretário executivo da Saúde, Eduardo Ribeiro, houve um problema de acesso ao servidor do Ministério da Saúde que compila todos os dados. A previsão é que até o fim da tarde o boletim seja atualizado.

Na último balanço, divulgado na segunda, o estado tinha 17.907 mortes e 374.607 casos confirmados de covid-19.

Não é a primeira vez que o estado de São Paulo enfrenta problemas para acessar os dados do Ministério da Saúde. No meio de junho, uma falha afetou a atualização no número de casos por dois dias.

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