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Em 7 meses, 88 mulheres trocaram próteses de silicone no SUS

O Rio Grande do Sul concentra a maioria dos casos de mulheres que trocaram suas próteses de silicone das marcas PIP ou Rofil em hospitais públicos

Próteses de silicone: segundo a Anvisa, o país importou 34.631 unidades das marcas PIP e Rofil, das quais 24.534 foram comercializadas (Spencer Platt/Getty Images/AFP/Getty Images)
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Da Redação

Publicado em 4 de dezembro de 2012 às 09h43.

São Paulo - Entre fevereiro e setembro deste ano, 88 mulheres trocaram suas próteses de silicone das marcas PIP ou Rofil em hospitais do Sistema Único de Saúde (SUS). O levantamento, inédito, feito pelo Ministério da Saúde a pedido do jornal O Estado de S. Paulo, mostra que o Rio Grande do Sul concentra a maioria dos casos: lá, 38 mulheres trocaram pelo SUS, enquanto no Acre, por exemplo, houve uma troca.

Entre os Estados com maior número de trocas até setembro estão São Paulo, com 16 cirurgias, seguido pelo Rio de Janeiro, com 7, e por Minas Gerais, com 6. Maranhão e Espírito Santo tiveram 1 troca cada.

Em meio ao escândalo envolvendo os problemas com as próteses PIP e Rofil - que eram feitas com silicone industrial, não indicado para uso em saúde -, a presidente Dilma Rousseff determinou que o SUS e os planos de saúde fizessem a troca das próteses, caso fosse constatado o rompimento, mesmo nos casos de mulheres que colocaram as próteses por motivos estéticos.

Segundo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), o País importou 34.631 unidades das duas marcas, das quais 24.534 foram comercializadas. As outras 10.097 próteses foram recolhidas e destruídas. Para o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, as 88 cirurgias feitas pelo SUS até agora reforçam que a medida do governo de indicar a troca apenas para casos de rompimento ou em casos excepcionais (como em mulheres com câncer) foi acertada.

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“Esse é um balanço inicial, mas mostra que o nosso critério de indicação da cirurgia foi correto. Houve muita discussão, teve país que recomendou que todas as mulheres trocassem as próteses. Não havia necessidade de fazer trocas indiscriminadas”, diz. Para a cirurgiã plástica Wanda Elisabeth Correa, presidente da comissão de silicone da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, 88 cirurgias pelo SUS é um número muito baixo em comparação com o número de mulheres que usavam essas próteses. “Tem médico que, sozinho, trocou mais de cem próteses PIP.”

Particular

Wanda acredita que muitas mulheres fizeram a troca na rede privada porque estavam preocupadas e porque seus médicos devem ter negociado o parcelamento dos valores. “Os médicos chamaram suas pacientes. Eles foram pegos de surpresa tanto quanto elas. Por isso, imagino que muitos devem ter negociado valores”, diz. Segundo Wanda, muitas mulheres não quiseram esperar pelos trâmites do sistema público. “O SUS não abriu uma porta nova para essas mulheres. A porta era a mesma e muitas vezes demora mais do que gostaríamos.”

Esse é o caso da esteticista Patrícia, de 36 anos, que mora no interior do RS. Ela já havia retirado o útero e os ovários por causa de um câncer, mas suas próteses não estavam rompidas. Patrícia entrou na Justiça e conseguiu uma liminar que determinou a troca da prótese pelo SUS.


Segundo Anderson Leff Paz, advogado e marido de Patrícia, ela estava muito preocupada e com depressão, por isso não quis esperar e decidiu pagar pela cirurgia. Agora, pede ao SUS o ressarcimento do valor. “O médico não cobrou. Pagamos R$ 1,8 mil pelas próteses e R$ 950 pelas despesas do hospital”, afirmou Paz.

Redução do preço

Na semana passada, o ministro Padilha fechou um acordo com as duas fabricantes brasileiras de silicone para redução no preço das próteses que serão fornecidas para o SUS. O acordo estabelece o preço de R$ 505 por unidade, valor cerca de 31,7% menor que o praticado no mercado (R$ 740).

“Depois de meses de negociação, firmamos esse acordo. As empresas nos garantiram que vão praticar esses valores na saúde suplementar e também na rede privada, caso a mulher opte por comprar uma dessas marcas”, afirmou Padilha.

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