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Em 20 anos, simpatizante típico do PT 'envelhece'

21% dos eleitores brasileiros simpatizam com o PT, maior entre os partidos do país. Percentual é o mesmo de há 20 anos atrás, mas apoiadores estão mais distribuidos


	Uma das mudanças mais significativas é o encolhimento da parcela jovem dos apoiadores do partido
 (Ricardo Stuckert/PR)

Uma das mudanças mais significativas é o encolhimento da parcela jovem dos apoiadores do partido (Ricardo Stuckert/PR)

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Da Redação

Publicado em 18 de maio de 2014 às 10h56.

São Paulo - Nas últimas duas décadas, os simpatizantes do PT envelheceram e ficaram menos concentrados no Sul e no Sudeste, as regiões mais ricas do País. Desde 1995, o partido se interiorizou e ganhou influência no Nordeste, segundo revelam pesquisas do Ibope feitas naquele ano, em 2002 e em 2014.

Há 20 anos, quando o então presidente tucano Fernando Henrique Cardoso tinha apenas dois meses de mandato, o PT já era o partido preferido do eleitorado: 22% simpatizavam com ele. A taxa subiu para 34% em agosto de 2002, quando o petista Luiz Inácio Lula da Silva estava em campanha para a Presidência.

Hoje em dia, a parcela de simpatizantes permanece a maior entre os partidos brasileiros. Engloba 21% dos eleitores. O porcentual é praticamente igual ao de duas décadas atrás - mas a distribuição dos apoiadores está menos concentrada.

O PSDB, que polariza as eleições com o PT desde 1994, tem a preferência de apenas 5% do eleitorado e também passa por uma mudança de perfil (mais informações no texto ao lado).

Convergência

No PT, uma das mudanças mais significativas é o encolhimento da parcela jovem. Na faixa de eleitores com até 24 anos, a preferência pelo partido permaneceu quase estável entre 1995 e 2002, por volta de 27%, e diminuiu para os 17% registrados atualmente.

Entre os mais velhos, a tendência foi inversa. No primeiro ano do governo FHC, apenas 25% dos simpatizantes do PT tinham mais de 40 anos. Hoje em dia, 38% estão acima dos 45 anos - não é possível saber quantos têm mais de 40 anos porque o Ibope mudou as faixas de idade em suas pesquisas.

Com sua nova distribuição etária, os simpatizantes do PT se transformaram em um espelho quase perfeito do eleitorado como um todo. No Brasil, 39% dos eleitores têm até 44 anos, e 61% mais do que isso. Entre os petistas, os porcentuais são 38% e 62%, respectivamente.

Votos

No âmbito geográfico, o fenômeno do "espelhamento" se repete apenas parcialmente. Dos eleitores que preferem o PT, 43% estão no Sudeste e 15% no Norte/Centro-Oeste - e é assim que os eleitores do País se distribuem nessas duas regiões.

No Nordeste, os simpatizantes do PT são 32%, enquanto a região abriga 26% dos eleitores. No Sul, é o contrário: os petistas são 9%, mas lá estão 15% dos eleitores.

Em 1995, o Sudeste abrigava mais da metade dos simpatizantes petistas, e o Nordeste, apenas 24%. As urnas também mostram uma "nordestinização". Em 2002, a região respondeu por 18% dos votos do PT na eleição para a Câmara dos Deputados, Oito anos depois, essa fatia subiu para 26%.

Outra mudança ocorreu na distribuição dos simpatizantes por faixa de renda. Há 20 anos, o PT era o partido preferido de 41% dos eleitores com renda acima de cinco salários mínimos - hoje, são apenas 11% nesta faixa. "O PT começou com a simpatia dos intelectuais e hoje tem a preferência dos mais necessitados", observou Marcia Cavallari, diretora executiva do Ibope.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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