Eleito deve cumprir mandato, diz RenovaBR
Líderes do partido cogitavam uma candidatura da deputada Tabata Amaral para disputar a Prefeitura de São Paulo no ano que vem
Estadão Conteúdo
Publicado em 20 de julho de 2019 às 10h42.
Última atualização em 16 de dezembro de 2019 às 19h23.
São Paulo - Ainda que nomes como o da deputada Tabata Amaral (PDT-SP) tenham ganhado projeção após enfrentar o partido e votar pela reforma da Previdência, deixar o mandato e disputar as eleições de 2020 contraria o que grupos de renovação política como o RenovaBR - do qual a parlamentar faz parte - preveem para quem passa por seus cursos de formação.
"Afastar-se do mandato para disputar outra eleição enquanto desempenha seu primeiro mandato eletivo representa um descompromisso com nossa instituição", afirmou o fundador do RenovaBR, o empresário Eduardo Mufarej. O grupo tem apoio de nomes como o apresentador Luciano Huck.
Antes de Tabata contrariar a orientação do PDT sobre a reforma da Previdência, líderes do partido cogitavam uma candidatura da deputada para disputar a Prefeitura de São Paulo no ano que vem.
Após votar a favor de mudanças na aposentadoria, ela foi suspensa pela legenda. Pesquisa da consultoria Ideia Big Data mostrou que sua aprovação subiu de 30% para 61% em julho, após a votação da Previdência na Câmara. A parlamentar já negou que pretende concorrer à Prefeitura paulistana em 2020.
Entre os nove integrantes da "bancada do RenovaBR" na Câmara, apenas a deputada Joênia Wapichana (Rede-RR) foi contrária à reforma da Previdência. O RenovaBR disse que não influencia o voto de parlamentares e apoia a formação de quadros "independentemente da ideologia". Segundo Mufarej, "atritos" não vão mudar a forma como os candidatos são selecionados pelo RenovaBR. "Ninguém foi pego de surpresa, o cenário real da política sempre foi apresentado", disse. "Não formamos lideranças para uma bolha."
'Clandestinos'
Nesta semana, o ex-ministro Ciro Gomes, que disputou a Presidência pelo PDT no ano passado, chamou grupos de renovação de política de "partidos clandestinos". A economista e conselheira do movimento Livres, Elena Landau, rebateu. "Não adianta falar em clandestinidade. Eu também não sei como os partidos gastam o dinheiro do fundo público", disse. Para ela, os grupos devem ser transparentes. "É importante que os movimentos digam como são seus estatutos, como as pessoas são escolhidas e prestem contas."
Presidente do Livres, Paulo Gontijo afirmou que "movimentos políticos sempre lançaram candidatos". "Queremos melhorar os partidos, não extinguir ou sabotar." O presidente do Transparência Partidária, Marcelo Issa, defendeu alterações nas legislações partidárias para haver mecanismos de democratização dos processos internos de tomada de decisão. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.