DORIA E FRANÇA: Doria tem 52% e França, 48% (Marcos Corrêa/Agência Brasil)
Da Redação
Publicado em 18 de outubro de 2018 às 06h25.
Última atualização em 18 de outubro de 2018 às 17h29.
Na ausência (até agora) de um debate na televisão entre os presidenciáveis Jair Bolsonaro (PSL) e Fernando Haddad (PT), o embate cara a cara entre candidatos ficou para os estados. Poucas eleições estão tão acirradas como a de São Paulo, em que o ex-prefeito da capital paulista João Doria (PSDB) está empatado tecnicamente com o concorrente, o atual governador Márcio França (PSB). De acordo com a pesquisa IBOPE de 17 de outubro, Doria tem 52% e França, 48%. Ou seja, a disputa ainda está completamente em aberto.
Embora tenha terminado o primeiro turno na frente, com 31% dos votos, Doria acumula tropeços que o impediram de consolidar uma liderança isolada. A começar pelo fato de seu próprio padrinho político Geraldo Alckmin ter insinuado, em reunião após eleições na semana passada, que Doria traiu o partido ao declarar apoio a Jair Bolsonaro (PSL) ainda durante o primeiro turno.
A maior liderança do PSL em São Paulo, o senador eleito Major Olímpio, declarou voto em França e deu a entender que vê como oportunista a tentativa de aproximação de Doria com o presidenciável. O fracasso do tucano de ser recebido por Bolsonaro no Rio de Janeiro acabou virando uma gafe fenomenal na campanha — remediada, em partes, com a gravação de uma mensagem de voz em que o presidenciável diz que, assim como ele, Doria é contra o PT.
Para o atual governador, só o fato de ter chegado ao segundo turno já pode ser considerado uma vitória. O pessebista fez do forte apoio junto a prefeitos do interior paulista e da baixada santista, sua base política, um trunfo para sua campanha decolar. Entre os principais apoiadores de França no estado estão o tucano Paulo Alexandre Barbosa, prefeito de Santos, e Gustavo Henric Costa, conhecido como Guti, prefeito de Guarulhos, do PSB.
É claro que, numa eleição tão apertada como a paulista, o mau momento de um candidato pode ser revertido em pouco tempo. Na visão de cientistas políticos consultados por EXAME, Doria fez os movimentos certos para o momento: declarou apoio irrestrito ao franco favorito à eleição nacional e reforçou o discurso de que terá mão dura contra a criminalidade. O problema é contornar a imagem de descompromissado com os interesses públicos — reforçada pelo abandono da prefeitura de São Paulo com pouco mais de um ano de mandato.
O debate entre França e Doria começa às 22h30, na TV Bandeirantes.