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Eleições 2024: Com Nunes e Boulos à frente, eleições em SP tem dois "pelotões" na disputa pelo voto

A leitura tem como base os dados do agregador Ideia, divulgado em primeira mão pela EXAME, e discutidos no programa Eleições 2024

Publicado em 4 de julho de 2024 às 12h32.

Última atualização em 4 de julho de 2024 às 13h21.

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O cenário atual das eleições municipais em São Paulo indica uma disputa polarizada entre o atual prefeito, Ricardo Nunes (MDB), e o deputado federal, Guilherme Boulos (PSOL), avalia Cila Schulman, CEO do Instituto de Pesquisa Ideia. A leitura tem como base os dados do agregador EXAME/IDEIA, divulgado em primeira mão pela EXAME.

"Essa eleição, até o momento, é sobre o incumbente e o seu opositor. É uma eleição sobre dois mundos e visões diferentes. Com dois candidatos colocados com muita força, um apoiado pelo ex-presidente Bolsonaro e o outro, pelo presidente Lula", diz Schulman no podcast Eleições 2024 da EXAME.

A analista salienta, porém, que essa percepção não exclui surpresas. Schulman afirma que eleições municipais são as que mais podem trazer surpresas, com rápidas mudanças de cenário, e lembra da vitória de João Dória, então candidato do PSDB, no pleito de 2016.

A análise acontece após a entrada de novos atores na disputa, como o influenciador Pablo Marçal (PRTB) e o apresentador José Luiz Datena (PSDB).

Boulos estável e Nunes crescendo

Para Schulman, o cenário mostra estabilidade de Boulos, e crescimento de Nunes — considerado natural por causa das entregas que a sua gestão tem realizada nos últimos anos. A especialista diz que prefeitos de outras capitais, como Rio de Janeiro e Recife, que foram eleitos como cabeças de chapa em 2020, têm melhor resultados nesse momento que o chefe do executivo paulistano.

"No caso do Ricardo Nunes — sabemos, mas é preciso relembrar —, ele foi eleito como vice. Assumiu a prefeitura apenas após o falecimento do Brunos Covas. Nunes ainda é desconhecido", explica. "É esperado que na medida em que divulgue as ações da prefeitura aconteça uma melhora de avaliação do governo, e isso está acontecendo. Ele tem muita avaliação regular, e costumamos dizer que ir de regular para bom é o caminho mais natural."

Sobre o momento da pré-campanha de Boulos, Cila afirma que a estabilidade da pesquisa tem relação direta com o fato de o deputado já ser conhecido pela população, ter uma rejeição grande e não ter "novas notícias".

"A eleição começa quando começa o horário eleitoral. Mesmo que ele esteja visitando vários lugares, andando pela cidade com a Marta Suplicy, a sua pré-candidata a vice, é difícil que Boulos cresça a olhos vistos", diz.

Preocupação com Pablo e Datena

Segundo Cila, das novas figuras da corrida eleitoral, Marçal é o que mais ameaça o atual prefeito por ser um pré-candidato totalmente identificado com a direita e o ex-presidente Bolsonaro. Datena, por sua vez, "rouba" votos dos dois líderes das pesquisas, por ser uma figura de massa.

Na sua leitura, Schulman vê que o patamar elevado dos dois candidatos, próximo de 10%, tem relação direta com serem conhecidos — Pablo nas redes, e Datena como apresentador.

"Olhando o copo meio cheio dessa disputa significa que você tem muito mais candidatos identificados com esse campo político", diz Cila.

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