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Eleição presidencial terá 2º turno, indicam analistas

Segundo especialistas, o quadro eleitoral está muito volátil


	Dilma: para cientista político, a presidente não deve vencer no primeiro turno porque o grau de insatisfação do eleitorado é grande
 (Ueslei Marcelino/Reuters)

Dilma: para cientista político, a presidente não deve vencer no primeiro turno porque o grau de insatisfação do eleitorado é grande (Ueslei Marcelino/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 1 de abril de 2014 às 11h59.

São Paulo - A mais recente pesquisa CNI/Ibope veio corroborar o que alguns analistas políticos e agentes econômicos consultados pelo Broadcast Político, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, já computavam em seus cenários: o quadro eleitoral está muito volátil e a sucessão presidencial de 2014 deverá ser definida em segundo turno.

Na avaliação do especialista em marketing político e pesquisas eleitorais Sidney Kuntz, a presidente Dilma Rousseff (PT) não deve vencer as eleições em primeiro turno porque o grau de insatisfação do eleitorado é grande, em torno dos 60%, e o nível de conhecimento dos seus opositores ainda é pequeno.

"Trabalho com a perspectiva de a eleição presidencial ser definida no segundo turno há mais de um mês e como tenho instituto de pesquisa (a Unidade de Pesquisa), posso afirmar que a vantagem de Dilma não está consolidada e a oposição tem espaço para virar o jogo", diz Kuntz.

O cientista político da Tendência Consultoria Integrada, Rafael Cortez, também segue na mesma linha. "Estamos trabalhando com cenário de segundo turno para essa eleição presidencial. E há uma chance relevante da oposição vencer este pleito", atesta ele.

Para Cortez, apesar do favoritismo que a presidente Dilma Rousseff registra nas recentes pesquisas de intenção de voto, o cenário está negativo para o governo.

Ele cita, por exemplo, o baixo crescimento combinado com a inflação, sobretudo no grupo de alimentos, que é um item sensível na cesta de consumo dos indivíduos, a possibilidade de racionamento de energia, a crise e a eventual CPI da Petrobras, a Copa do Mundo que ainda é uma fonte de incertezas e a percepção de desgoverno.


Para o cientista político e professor de administração pública da Fundação Getúlio Vargas de São Paulo Marco Antonio Carvalho Teixeira, a queda nas pesquisas de intenção de voto para a presidente Dilma Rousseff deverá ter um impacto imediato em um de seus principais aliados, o PMDB.

"O enfraquecimento de uma candidatura acaba sempre aumentando a pressão no arco de alianças e a que o PT mantém com o PMDB não anda nada bem", reitera.

Segundo Carvalho Teixeira, o pleito presidencial deste ano vive uma realidade invertida do que foi o de 2002, quando o petista Luiz Inácio Lula da Silva venceu a disputa contra o tucano José Serra. O cientista político lembra que naquela ocasião, Serra teve como vice a peemedebista Rita Camata, mesmo assim, as bases do PMDB trabalharam para Lula.

Este ano, com a rebelião do PMDB, o vice deverá continuar com a legenda, mas as bases em alguns Estados importantes, como Bahia, Rio de Janeiro, Pernambuco e Rio Grande do Sul prometem trabalhar para a oposição. "Por isso não se pode descartar a disputa em segundo turno", destacou.

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